Uma criança venezuelana, que estava sob custódia do governo dos Estados Unidos depois que seus pais foram deportados, foi devolvida à Venezuela.
Maikelys Antonella Espinoza Bernal chegou ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar nesta quarta-feira (14) em um voo de repatriação dos EUA.
A primeira-dama venezuelana Cilia Flores carregava a menina de 2 anos nos braços enquanto autoridades anunciavam o retorno da menina aos repórteres reunidos no aeroporto.
“Hoje temos uma grande vitória”, disse o ministro do Interior, Diosdado Cabello.
A Venezuela vinha exigindo que os Estados Unidos devolvessem a menina há semanas, acusando autoridades americanas de sequestrá-la.
O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) negou anteriormente a acusação, argumentando que a família foi separada em uma tentativa de proteger Maikelys de seus pais, a quem eles acusaram sem provas de fazerem parte do grupo criminoso Tren de Aragua (TDA).
A mãe de Maikelys rejeitou essa alegação.
Em março, os EUA deportaram o pai, Maiker Espinoza-Escalona, para uma prisão de segurança máxima em El Salvador, segundo o governo venezuelano. A mãe, Yorelys Bernal, foi posteriormente deportada em um voo para a Venezuela sem a filha.
Na quarta-feira, a menina se reencontrou com a mãe e a avó no palácio presidencial em Caracas. A TV estatal mostrou Bernal chorando de alegria enquanto segurava a filha nos braços.
O presidente Nicolás Maduro disse que autoridades venezuelanas, em coordenação com advogados e grupos de direitos humanos nos EUA, trabalharam para garantir o retorno da menina.
“Para ser justo, tenho que agradecer ao embaixador Richard Grenell, enviado especial do presidente (dos EUA) Donald Trump, por seus esforços. E, juntamente com o embaixador Richard Grenell, agradecer também ao presidente Donald Trump”, disse ele.
“Houve e haverá diferenças, mas é possível, com a bênção de Deus, seguir em frente”, complementou.
A CNN entrou em contato com o DHS e a Unidade de Assuntos da Venezuela do Departamento de Estado dos EUA para obter mais informações.
Uma família separada
A criança e seus pais entraram nos EUA em maio de 2024 para pedir asilo, de acordo com um documento judicial apresentado por grupos de defesa legal.
Após a chegada, o casal foi colocado em detenção de imigração, enquanto sua filha foi colocada sob custódia do Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR), disse o pai em uma declaração juramentada.
Em julho, ele recebeu uma ordem de deportação sob o governo de Joe Biden. Entre outubro e março, o casal teve visitas presenciais semanais com a filha, afirmou Espinoza.
Em 29 de março, Espinoza foi enviado para uma base naval na Baía de Guantánamo, em Cuba, para onde o DHS transferiu migrantes, de acordo com documentos judiciais apresentados por seus advogados.
Eles disseram que ele foi levado de avião no dia seguinte para a famosa prisão de Cecot, em El Salvador, que os EUA estão usando para deter centenas de migrantes venezuelanos que acusam de serem integrantes violentos de gangues, embora não tenham fornecido evidências para comprovar essa alegação.
A mãe da criança foi deportada logo após o pai ser enviado para El Salvador. Ela foi forçada a retornar ao seu país em um voo sem a filha de 2 anos, informou a Venezuela.
A menina foi mantida sob custódia da ORR, com o DHS dizendo: “Não permitiremos que esta criança seja abusada e continue exposta a atividades criminosas que coloquem sua segurança em risco”.
Bernal disse anteriormente que suspeita que as autoridades americanas a ligaram ao Tren de Aragua por causa de suas tatuagens, que, segundo ela, registram apenas as datas de nascimento de sua família.
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