De drogas em pote de cosmético a Mounjaro do Paraguai, encomendas dos Correios são apreendidas em Campo Grande
Desde drogas em pote de creme para cabelo a ampolas do famoso Mounjaro do Paraguai, dezenas de encomendas com origem ilícita foram apreendidas pela GCM (Guarda Civil Metropolitana), nos Correios de Campo Grande, na tarde dessa segunda-feira (12).
Segundo o registro da GCM, a equipe foi acionada após os colaboradores dos Correios identificarem um conteúdo suspeito dentro das encomendas. Assim, os guardas foram até a agência e encontraram a encomenda enviada da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, com destino ao estado de Minas Gerais.
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Logo, os guardas observaram que havia 550 gramas de maconha, do tipo Dry, em cinco volumes e escondida em um pote de creme para cabelo. Diante dos fatos, o entorpecente, cuja avaliação pode chegar a cerca de R$ 100 mil, foi apreendido e encaminhado para a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).
E além da droga, diversas caixas de ampolas de Tirzepatida, princípio ativo do ‘Mounjaro do Paraguai’ – medicamento injetável indicado para tratamento de diabetes tipo 2, mas conhecido popularmente por seu efeito emagrecedor – foram encontradas em 13 fraldas nos Correios. Além das ampolas, seringas para aplicação foram encontradas nas encomendas com as fraldas.
Conforme o registro policial, o medicamento saiu do Centro-Sul de Mato Grosso do Sul e seria enviado para vários estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo e Maranhão.
Como o medicamento estava irregular e sem o acondicionamento apropriado, as caixas foram apreendidas e encaminhadas para a Vigilância Sanitária. Vale ressaltar que a Tirzepatida precisa ser mantida resfriado a baixas temperaturas para se manter estável. Caso contrário, a substância se degrada e seu uso pode causar sérios efeitos colaterais.
Há dois meses, enquanto brasileiros viviam a espera da chegada do Mounjaro no Brasil, uma farmacêutica do Paraguai saiu na frente e lançou o Lipoless. Com Tirzepatida, mesma composição do Mounjaro, o medicamento recebeu aprovação pela Vigilância Sanitária paraguaia e o preço é atraente.
É possível comprar 4 canetas do Lipoless de 5 mg por R$ 600. Esse valor é menos da metade do Mounjaro, na promoção, em farmácias de Campo Grande. E infinitamente menor do que os R$ 3 mil cobrados pela aplicação em clínicas antes da chegada do medicamento no Brasil.
A Tirzepatida, seja o Mounjaro ou o Lipoless, é indicado para o tratamento de Diabetes tipo 2. Porém, tem atraído milhares de pessoas devido ao efeito emagrecedor. A promessa é de perda rápida de peso, mas mesmo as farmacêuticas recomendam o uso sob supervisão médica.
No site da Éticos, farmacêutica do Paraguai, a indicação recomenda prescrição médica e seu uso supervisionado por um especialista. Porém, não é difícil comprar sem receita médica, pelo contrário.
O que é o Lipoless?
A promessa do Laboratório Éticos, do Paraguai, é de um medicamento inovador para o tratamento da obesidade e diabetes tipo 2. A composição do Lipoless é a mesma do Mounjaro, a Tirzepatida.
O medicamento foi lançado em março de 2025, mas está esgotado na maioria das farmácias do Paraguai. O formato de venda é o mesmo do Mounjaro, em canetas aplicadoras nas formulações de 2,5 mg e até 15 mg, bem superior que o próprio Mounjaro que vai até 5 mg.
O laboratório afirma que o Lipoless é autorizado pela DINAVISA (Direção Nacional de Vigilância Sanitária do Paraguai). Além disso, apoiado por um plano de farmacovigilância que permite o monitoramento contínuo de sua eficácia e segurança em pacientes.
Assim como o Mounjaro, o Lipoless deve ser armazenado em geladeira e seu transporte exige cuidados.
Medicamentos em formato de canetas emagrecedoras estão em alta. No entanto, esses medicamentos, que passaram a ser procurados por pessoas que buscam emagrecimento de forma rápida, não possuem esse fim. A redução do apetite e, consequentemente, a perda de peso, são efeitos colaterais dessas drogas indicadas a pacientes que fazem tratamento e controle da diabetes. Embora a reação adversa pareça positiva e bastante atrativa, o uso indiscriminado é preocupante. Existem outras reações graves, que são ignoradas quando o foco está na medida apresentada na balança.
Entre os efeitos colaterais descritos nas bulas estão: pancreatite, problemas renais, doenças da tireoide, câncer de tireoide, palpitações, doenças estomacais, alteração na visão, inflamação da vesícula biliar e formação de pedras na vesícula, hipoglicemia, náusea, diarreia, diminuição do apetite, vômitos, constipação e indigestão e dor de estômago.
Farmacêutica e presidente do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), Daniely Proença dos Santos, observa que apesar de todos os efeitos adversos, o uso indiscriminado desses medicamentos parece crescer a medida em que circulam os depoimentos sobre o efeito emagrecedor dessas drogas.
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