9 de mai de 2025 às 17:35
“E se me permitem uma palavra, uma saudação a todos… de modo particular à minha querida diocese de Chiclayo, no Peru”, disse ontem (8) o papa Leão XIV em suas primeiras palavras ao mundo, falando sobre a terra onde trabalhou como missionário desde 1985, há 40 anos.
Conhecida como a “cidade da amizade”, Chiclayo fica no norte do Peru, a cerca de 800 km da capital, Lima, onde o novo papa foi administrador apostólico e bispo desde 2014. Como bispo de Chiclayo e, posteriormente, administrador apostólico de Callao, ele também atuou foi vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana (CEP).
O padre Guillermo Inca Pereda, secretário adjunto da CEP que trabalhou em estreita colaboração com o papa Leão XIV, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, que “a emoção de ouvir o nome do cardeal Robert Prevost ser anunciado como Papa, Pastor da Igreja Universal, foi verdadeiramente indescritível, um momento inesquecível”.
“Trabalhamos com ele, dividimos muitos momentos decisivos da minha atuação na secretaria-geral. Tivemos muitas oportunidades de conversar e pude descobrir sua prudência, sua perseverança, sua tenacidade e aquela simplicidade que o caracteriza, mas sempre com grande profundidade para resolver qualquer questão, qualquer situação, por mais delicada que seja”, disse também Pereda.
“Em muitas ocasiões, sua orientação foi útil, e ele me ajudou especialmente a tomar decisões que eram necessárias no meu trabalho diário”, enfatizou o padre peruano.
Papa Leão XIV no Peru
Os agostinianos do Peru servem nos vicariatos de Iquitos, na Amazônia; de San Agustín de Apurímac, na cordilheira dos Andes; e de San Juan de Sahagún de Chulucanas, no norte do Peru. Foi a San Juan de Sahagún de Chulucanas que o novo Papa chegou em 1985, quatro décadas atrás.
Ele ficou lá até 1986, quando voltou a Chicago, nos EUA. Em 1988, voltou ao Peru, dessa vez para Trujillo, também no norte, onde trabalhou como diretor do projeto de formação conjunta para aspirantes agostinianos dos três vicariatos mencionados.
Por 11 anos, ele trabalhou em diferentes paróquias e em vários cargos com os agostinianos, até retornar aos EUA em 1999 para assumir o cargo de prior provincial dos Agostinianos em Chicago. Ele serviu então como prior-geral dos Agostinianos de 2001 a 2013.
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Depois de voltar de Roma para Chicago em 2013, o papa Francisco o nomeou administrador apostólico de Chiclayo, marcando seu retorno ao solo peruano.
“Acredito que a experiência do Peru lhe dará a nuance que todo papa pode ter em seu coração, porque ele conhece nosso povo, conhece nosso povo, viveu a religiosidade popular, que é um bem tão grande que temos entre nós, viu também as situações de pobreza entre nosso povo, mas mesmo em meio a essas dificuldades, viu que a esperança nunca se perde”, disse o padre Inca à ACI Prensa.
Tudo isso, disse o padre, “permitirá que a Igreja peruana, por meio dessa experiência, abra mais facilmente seu coração para atender às grandes necessidades que existem no mundo”.
Em janeiro de 2023, quando o então bispo Provost foi escolhido pelo papa Francisco para ser prefeito do Dicastério para os Bispos da Santa Sé, ele agradeceu à CEP.
“Caminhamos juntos por mais de oito anos. Me senti acolhido, com um espírito muito fraterno entre todos, e a fraternidade que dividimos, a unidade e o testemunho daqui para toda a Igreja no Peru e para todos os peruanos têm sido uma bênção”, disse ele.
“Cheguei a Chulucanas como missionário há quase 40 anos, depois fiquei 11 anos em Trujillo e oito anos em Chiclayo. Agradeço a Deus por tantas coisas que o povo peruano compartilhou comigo. Caminhamos juntos e dividimos nossa fé”, disse também o então bispo Prevost.
Por fim, o secretário adjunto do CEP disse à ACI Prensa que está “certo de que o coração do papa Leão XIV, nosso amado Cardeal Robert Prevost, ajudará muito o mundo a crescer e melhorar”.
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