Na Guiné-Bissau, é comum ver crianças pedindo esmolas nas ruas. Muitas delas são enviadas para estudar o Alcorão junto aos mestres corânicos, uma situação que, no passado, era mais frequente em países vizinhos, mas que hoje preocupa também a sociedade guineense.
Organizações da sociedade civil têm denunciado repetidamente esta realidade, classificando-a como “exploração e violação dos direitos dos menores”. Em resposta, nesta quarta-feira, 7 de Maio, o governo de iniciativa presidencial, por intermédio do Ministro do Interior, Botche Candé, anunciou uma política de “tolerância zero à mendicidade das crianças talibés nas ruas da Guiné-Bissau”.
O anúncio foi feito durante uma reunião entre o Ministro do Interior e da Ordem Pública e mestres corânicos de todas as regiões do país. Na ocasião, Botche Candé transmitiu a preocupação do Presidente Umaro Sissoco Embaló e do governo quanto “às condições desumanas” enfrentadas pelas crianças vítimas desse fenómeno.
Esta é a terceira vez, durante a presidência de Umaro Sissoco Embaló, que o governo toma uma medida semelhante. No entanto, as iniciativas anteriores não se concretizaram plenamente, pois os mestres corânicos reivindicam melhores condições para os seus alunos antes de qualquer mudança efectiva.
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