Restos mortais de 5.000 anos, preservados com pele, cabelos e unhas, revelam o papel central das mulheres na civilização Caral
Internacional|Do R7
Arqueólogos peruanos anunciaram a descoberta de uma tumba com restos mortais de uma mulher nobre que viveu há 5.000 anos na cidade sagrada de Caral, ao norte da capital Lima, no Peru.
A civilização Caral, considerada a mais antiga das Américas, desenvolveu-se em completo isolamento entre 3.000 e 1.800 a.C. e é contemporânea a grandes culturas, como as da Mesopotâmia, Egito e China.
O sepultamento foi encontrado em uma área que, por décadas, funcionou como depósito de lixo até ser reconhecida como o sítio arqueológico de Aspero na década de 1990, de acordo com a emissora norte-americana CBS News.
A preservação excepcional dos restos, que incluem pele, cabelos e unhas, é rara na região, onde geralmente apenas esqueletos são recuperados, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Cultura do Peru.
Mulher nobre
A mulher, com idade estimada entre 20 e 35 anos e cerca de 1,50 m de altura, foi enterrada envolta em uma mortalha de várias camadas de tecido e um manto de penas de arara.
O enxoval funerário continha itens como um bico de tucano, uma tigela de pedra, uma cesta de palha, cestos com oferendas, vasos e cabaças. A mulher usava um cocar feito de feixes de fios torcidos, símbolo de seu elevado status social.
“Este é um sepultamento excepcional devido à preservação e porque corresponde a uma mulher de elite”, disse o arqueólogo David Palomino em entrevista à agência de notícias AFP.
Segundo os pesquisadores, a descoberta lança luz sobre a importância das mulheres na civilização Caral. “Embora geralmente se pensasse que os governantes eram homens, as mulheres desempenharam um papel muito importante”, disse Palomino à agência Reuters.
Ele acrescentou que a presença de elementos como o manto de penas, possivelmente de uma ave amazônica, e a forma como o corpo foi cuidadosamente envolto indicam seu alto status.
Caral, declarada Patrimônio Mundial pela Unesco em 2009, já revelou outros sepultamentos de elite em Aspero, como a “Dama dos Quatro Tupus”, encontrada em 2016, e o “Masculino de Elite”, em 2019, segundo o Ministério da Cultura do país.
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