A Polícia Judiciária (PJ) de Portugal anunciou ter desmantelado um grupo criminoso de maioria brasileira e que atuava no auxílio à imigração ilegal, lavagem de dinheiro, falsificação e corrupção.
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Foram detidas 13 pessoas em Portugal, sendo os brasileiros a maior parte, segundo a PJ. Portugueses e naturais de países do subcontinente indiano também integravam o grupo.
Entre os suspeitos, com idades entre os 26 e 64 anos, estão sete empresários, uma advogada e uma funcionária do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Segundo a PJ, o grupo teria atraído milhares de brasileiros e imigrantes de outras nacionalidades interessados em viver em Portugal. De acordo com a investigação, os estrangeiros pagariam valores elevados pela promessa de trabalho e regularização.
“Eram angariados (…) com a promessa de obtenção de contratos de trabalho, Número de Identificação Fiscal (NIF), Número de Identificação de Segurança Social, Número de Utente do Serviço Nacional de Saúde, certificação de registros criminais, abertura de contas bancárias e atestados de residência, entre outros”, revelou a PJ em comunicado.
Batizada de “Gambérria” (Rasteira), a operação da PJ apreendeu cerca de € 1 milhão (R$ 6,4 milhões) em espécie, além de “enorme acervo de documentação utilizada em processos de legalização irregular de estrangeiros, equipamentos informáticos e 11 veículos”.
O faturamento estimado é de milhões e a PJ informou que ainda apura o total do dinheiro obtido. Foram apreendidos seis imóveis e congeladas 35 contas bancárias.
“Este grupo criminoso terá vindo a se dedicar à legalização irregular e massiva de estrangeiros em Portugal, obtendo proventos financeiros na ordem dos milhões de euros”, informou a PJ.
Entre o material apreendido também está um selo branco que serviria para validar atestados de antecedentes criminais.
A investigação começou há dois anos e concluiu que muitos dos imigrantes que conseguiram a regularização através do grupo estavam em outros países, mas constavam como trabalhadores e residentes em Portugal.
Participaram da operação, que fez 40 buscas em Lisboa e outras seis cidades, cerca de 200 funcionários da PJ, juízes, uma procuradora da República e representantes da Ordem dos Advogados.
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