Venezuela celebra Dia Mundial de Língua Portuguesa e embaixadora do Brasil reafirma ‘aproximação cultural’ entre países – Brasil de Fato

As embaixadas de Brasil e Portugal em Caracas comemoraram nesta segunda-feira (5) o Dia Mundial da Língua Portuguesa. O evento foi realizado na Universidade Central da Venezuela (UCV) e contou com a participação de diplomatas, professores, pesquisadores e jornalistas em uma cerimônia para celebrar a contribuição cultural, política e acadêmica dos integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, esteve no evento e celebrou a presença e o interesse cada vez maior dos venezuelanos em ter contato não só com a cultura brasileira, como também com a língua portuguesa. Ela afirma que a diplomacia do Brasil tem trabalhado no sentido de promover uma aproximação cultural entre os países, desde o início de 2023.

Ainda de acordo com ela, a comemoração do Dia Mundial da Língua Portuguesa é o início dos esforços para aproximar ainda mais os venezuelanos da cultura dos países lusófonos. A embaixadora afirma que, para ampliar esse trabalho, é preciso de recursos.

“Nós temos começado a fazer um trabalho e hoje é a expressão de algo que tem sido feito nessa área. Nós temos a ideia de começar aulas de português, mapeamos interesses. Mas faltam recursos. Precisamos de orçamento para essa iniciativa. Nós temos demandas frequentes, as pessoas querem conhecer as variantes da língua portuguesa. A questão da música, dos filmes, é algo que já se aproxima, mas isso é um processo. Precisa de estruturação de equipes também”, afirmou ao Brasil de Fato.

Oliveira também destacou a presença cada vez maior de músicas e filmes brasileiros e escritores de língua portuguesa na Venezuela. No entanto, ela enfatiza que para as novas gerações, uma das principais formas desse intercâmbio cultural e linguístico é feito a partir das plataformas digitais.

“Os meios digitais são uma ferramenta muito importante. Os pesquisadores indicam que o português tem uma presença importante em diferentes plataformas. O Brasil hoje tem muitos produtores de conteúdo digital e se desenvolveu muito nessa área. Esse é um caminho, uma ferramenta importantíssima e atual. Nós temos que manter vivas as tradições, mas temos que acompanhar esse movimento de avanço também nas ferramentas”, disse.

Desde que foi reaberta em 2023, depois que Venezuela e Brasil retomaram as relações diplomáticas, a embaixada brasileira em Caracas tem promovido shows e eventos culturais tendo como tema alguns dos principais nomes da música brasileira. Outra forma de aproximação é o cinema e filmes como Cidade de Deus, Tropa de Elite e Central do Brasil tiveram ampla divulgação na Venezuela.

Nos primeiros meses de 2025, o filme Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, estreou nos cinemas venezuelanos, retomando essa aproximação cinematográfica entre as produções brasileiras e o público venezuelano.

Outro trabalho destacado é a parceria com o Instituto Camões, instituição criada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal para promover a língua portuguesa no mundo. “Eles têm uma presença importante aqui e temos esse trabalho colaborativo e construtivo. Há um trabalho na formação de professores e, para o evento de hoje, a organização trouxe hoje várias pessoas de outros lugares da Venezuela, o que é muito positivo”, afirmou.

Oito países compõem a CPLP: Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Portugal. No total, cerca de 260 milhões de pessoas têm o português como língua materna, sendo a 5ª língua mais falada no mundo.

O evento na UCV teve também um show da cantora Betzabeth Talavera com o pianista Andrés Roig. Eles apresentaram um repertório com músicas de compositores brasileiros e portugueses no auditório da Aula Magna da universidade.

Retomada de relações

As relações diplomáticas entre Caracas e Brasília foram rompidas em 2016, depois do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Maduro não reconheceu o governo de Michel Temer e a tensão se agravou depois da reeleição do chavista em 2018. O Brasil não reconheceu os resultados e fechou a embaixada brasileira em Caracas. Em resposta, o governo venezuelano também fechou a sua representação diplomática em Brasília.

Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, a tensão entre os países aumentou e os dois países fecham as embaixadas em Brasília e Caracas de maneira definitiva.

::O que está acontecendo na Venezuela?::

Assim que assumiu a Presidência, em janeiro de 2023, o presidente Lula disse que reabriria a embaixada brasileira na Venezuela e enviou o diplomata Flávio Macieira para reativar as sedes consulares no país. Ele atuou como encarregado de negócios, mantendo os primeiros contatos com autoridades venezuelanas após a normalização de relações. O processo só foi finalizado em dezembro de 2023, quando o nome de Gilvânia foi aprovado no Senado.

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.