Simões Pereira alerta para militarização na Guiné-Bissau – DW – 02/05/2025

O líder da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), vencedora das últimas legislativas na Guiné-Bissau, denunciou o que considera de “militarização do espaço político” e apelou ao chefe das Forças Armadas para inverter essa tendência.

Numa declaração em vídeo, transmitida nas redes sociais, Domingos Simões Pereira exortou o general Biague Na Ntan “a não se deixar envolver no jogo político”, devido aos limites constitucionais e também pelo papel das Forças Armadas.

Atualmente fora do país, Simões Pereira, que é também presidente eleito do parlamento guineense – entretanto, destituído de funções pelo Presidente, Umaro Sissoco Embaló -, alertou o chefe das Forças Armadas “a não aceitar qualquer processo de instrumentalização” dos militares.

“Os nossos adversários não são as Forças Armadas, mas sim outras formações políticas”, declarou Pereira, apelando ainda ao general Biague Na Ntan para que “não se coloque à frente dos partidos políticos”.

Para ilustrar o que considera de “militarização do espaço político”, Domingos Simões Pereira apontou a invasão do Supremo Tribunal de Justiça e ainda a ocupação da sede do parlamento.

Simões Pereira disse não constituir “perturbação à ordem constitucional” a oposição questionar o comportamento do poder político e militar sobre estes acontecimentos e a participação das Forças Armadas.

Na semana passada, o chefe das Forças Armadas guineenses disse, em declarações públicas, que não tolerará pessoas com posse de armas militares nas ruas do país para provocar distúrbios.

Biague Na Ntan deu ordens aos militares para abater a tiro qualquer pessoa encontrada na rua com armas nas mãos ou alguém que tente mobilizar soldados para provocar um golpe de Estado.

Domingos Simões Pereira considerou ainda de inaceitável que “todos os dias” se assistam a ações de campanha política de elementos ligados ao regime e os partidos da oposição serem impedidos pelas Forças Armadas de se reunirem.

Pereira aproveitou a ocasião para explicitar o que motivou alguns líderes da oposição a reunirem-se, recentemente, em Paris, para o que disse ser um “consenso” para futuras ações políticas na Guiné-Bissau.

O líder da PAI-Terra Ranka desmentiu que o encontro tenha tido como objetivo preparar ações subversivas no país, como alegou, segunda-feira, o ministro do Interior, Botche Candé.

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