Fórum Regional da Federasul integra programação da Expofred 2025

Empresários e lideranças da região participaram do Fórum Regional da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) realizado na tarde de quinta-feira, 1º, dentro da programação da Expofred 2025. O evento contou com a participação do vice-presidente da Federasul Rafael Goelzer e do Diretor de Ferrovias e Agronegócio da Federação das Associações Comerciais de Santa Catarina (Facisc) Lenoir Antonio Broch, que abordaram temas como logística e economia.
O vice-presidente regional da Federasul Ramir Severiano abriu a programação do encontro, destacando a importância do empresariado se reunir para debater assuntos estratégicos que impactam no desenvolvimento local. Em seguida Rafael Goelzer fez um relato das principais pauta que a Federasul tem priorizado, articulando ações importantes junto a lideranças políticas e instituições do Estado e País. Um dos pontos que se destacou foi o debate sobre o projeto de lei que altera a escala 6×1, medida que irá impactar fortemente nos custos das empresas. “A proposta prevê menos trabalho com a manutenção da mesma renda. Que vai cobrir este custo para a economia? Certamente as empresas!”, alertou Goelzer.
Outro alerta foi em relação ao crédito consignado para o trabalhador CLT, que promoverá o agravamento do endividamento da população, de acordo com cenário apresentado pelo dirigente associativista. “Atualmente as famílias brasileiras já estão com 29% da renda comprometida com dívidas. Com o novo consignado, a projeção é que mais 35% do salário se inclua nesta conta, tornando a escravidão das dívidas uma grave ameaça para a saúde mental dos trabalhadores, especialmente com as taxas de juros que variam entre 4,8% a 8,9% ao mês!”, decretou Goelzer.
O vice-presidente da Federasul sugeriu que as empresas intensifiquem ações de educação financeira para seus colaboradores, com capacitações semestrais. Também sugeriu que as empresas monitorem a situação de endividamento acessando o site do Governo Federal.
Outra sugestão deixada por Goelzer foi a fiscalização ativa do Bolsa Família, com um levantamento das vagas disponíveis nas empresas do município. Posteriormente realizar a apresentação destes dados para o prefeito, demonstrando o reflexo deste benefício social para a economia, tirando força de trabalho, em muitos casos vinculados ao programa governamental de forma irregular. “Em Bento Gonçalves, no primeiro grupo fiscalizado, foram identificados 45 homens jovens, solteiros, sem filhos, em condições de trabalho que estavam recebendo o Bolsa Família. Após a fiscalização, apenas um manteve-se apto e os demais foram encaminhados ao mercado de trabalho formal, conseguindo vaga nas empresas locais. Não somos contra o benefício, mas precisamos combater o uso excessivo dele, pois hoje 25% da população está contemplada de alguma forma e isso está criando um grande problema social e econômico”, alertou.
O diretor da Facisc, Lenoir Antonio Broch, deu continuidade a pauta do evento abordando o desafio da logística para o Sul do país, especialmente na questão das ferrovias. Em relação ao projeto da Ferrovia Norte-Sul, Broch sugeriu que os quatro estados do Sul se unissem para custear a elaboração do projeto, pois esta região está esquecida, não contemplada com investimento de grande porte para melhoria da logística, principalmente para otimizar custos e agilidade das empresas e do setor do agronegócio. Outro problema citado é a falta de mão de obra, com aproximadamente 15% dos caminhões parados por falta de motoristas, situação que deve se agravar nos próximos 20 anos, quando grande percentual dos atuais profissionais estarão aposentados. “Precisamos urgente de ferrovia, mas o custo deste modal é inviável atualmente. Então precisamos buscar esta viabilidade, mostrar para o governo que este investimento é extremamente necessário!”. 
Antes do encerramento do evento, o presidente da Associação Empresarial ACI/CDL de Frederico Westphalen fez uma explanação de alguns desafios que o empresariado local tem enfrentado e pediu a união das entidades para o enfrentamento destas questões de forma coletiva.