Venezuela aumenta pensões, que tinham valor irrisório no país

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou um aumento substancial das pensões no país. A partir de 1º de maio, o valor salta de US$ 1,50 para US$ 50. Já o salário mínimo dos trabalhadores permanece inalterado.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou um aumento substancial das pensões no país. A partir de 1º de maio, o valor salta de US$ 1,50 para US$ 50. Já o salário mínimo dos trabalhadores permanece inalterado.




Nicolás Maduro aumenta pensões, mas congela salário mínimo. (Foto ilustrativa)

Foto: AP – Cristian Hernandez / RFI

“Vamos aumentar as pensões para US$ 50 por mês”, declarou Maduro durante o pronunciamento presidencial veiculado pelo canal de TV estatal.

A decisão foi tomada após uma grande pressão dos aposentados que reclamam constantemente dos valores das pensões, denunciando que os números estavam abaixo da linha da pobreza.

O salário mínimo não recebeu aumento e continua congelado em US$ 1,50 por mês – valor que, com os auxílios, chega a US$ 130 mensais. O último aumento dado pelo governo foi em 2024. Na ocasião, os trabalhadores que recebiam salário mínimo ganhavam, com bônus, US$ 100 mensais.

Sem mexer no salário mínimo, Nicolás Maduro incrementou os subsídios para alimentação e criou um bônus para os 5,5 milhões de trabalhadores do setor público, num país que tem população de pouco mais de 28 milhões de pessoas.

“Aumentaremos esta renda de US$ 90 para US$ 120 por mês. Somando-se a renda do Cesta Ticket, que é o auxílio-alimentação que hoje é de US$ 40, vai elevar a renda mínima total do funcionalismo público para US$ 160”, afirmou o presidente.

Sem aumento de salários, trabalhadores são prejudicados

Auxílios e bônus são duramente criticados, principalmente por representantes sindicais e trabalhadores. Eles alegam que tais valores não são incluídos no cálculo das contribuições previdenciárias, pensões, férias, tempo de serviço ou bônus de fim de ano, que sempre são calculados a partir do salário de base.

Os valores de salários e pensões são pagos na moeda local, o Bolívar. Mas o governo venezuelano autoriza que os pagamentos sejam “indexados” mensalmente ao dólar.

O grande vilão, segundo Maduro

O governo venezuelano se defende das acusações da escassez de aumentos salariais apontando um culpado: os Estados Unidos, que querem a saída do presidente Maduro do poder.

O embargo de petróleo e as sanções financeiras impostas por Washington, segundo o governo do país sul-americano, travam a possibilidade de incrementos para os trabalhadores.

O endurecimento das sanções pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que revogou as licenças e autorizações de empresas petrolíferas para explorar o petróleo venezuelano, torna mais difícil para a Venezuela obter melhores fontes de receita.

Fuga e pedido de asilo

A Venezuela passou por uma grave crise econômica entre 2014 e 2021. O resultado foi uma contração de 80% do PIB. A situação atual é melhor, mas o país ainda não se recuperou e continua em situação precária. Analistas financeiros temem o retorno da hiperinflação e da recessão.

Diante da situação, muitos deixam o país. A Agência da ONU para Refugiados indica que 1,18 milhão de venezuelanos pediram asilo entre 2018 e 2023. No mesmo período, houve pedido de 324.529 afegãos, 319.170 cubanos, 217.740 nicaraguenses, 223.834 iraquianos e 160.209 sírios. Cerca de sete milhões de venezuelanos fugiram do país nos últimos anos.

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