conheça a emblemática tradição que Portugal celebra no arranque de maio

A giesta é a flor principal das Maias, sendo muito abundante em Portugal, especialmente em áreas montanhosas e perto do mar. Fonte: Terras de Bouro
Paula Gonçalves

Paula Gonçalves 4 min

Os tons de amarelo-limão das maias marcam o início de cada primavera, mas é em maio que a exuberância da estação atinge o seu máximo com uma verdadeira explosão de cores.

Entre as que marcam as nossas paisagens destacam-se os amarelos mais quentes das giestas, Cytisus sp., que forram montes e vales de todo o país e nas quais é impossível não reparar.

As maias

Estas plantas, consideradas giestas são hoje relativamente fáceis de encontrar em qualquer horto.

Provenientes da Holanda, dos mais diferentes tons, nomeadamente vermelho e laranja tem a sua floração intensa em meados de abril e prolonga-se por maio.

As espécies do género Cytisus são ideais para sebes, não requerem qualquer cuidado especial e ajudam na fixação do azoto no solo.

As giestas de Portugal

Em Portugal, existem cerca de seis espécies disseminadas um pouco por todo o território, embora com especial incidência no Centro e Norte.

Todas de cor amarela, exceto uma, a Cytisus multiflorus, a única de cor branca e mais frequente nas Beiras.

As giestas são vulgarmente conhecidas por muitos outros nomes, como giesta-das-sebes ou giesta-das-vassouras, atendendo ao uso que tradicionalmente era dado aos seus ramos.

Como ter as maias em casa?

A germinação das sementes de giesta não apresenta qualquer dificuldade. No entanto, para potenciar a sua germinação, é aconselhado deixar as sementes num copo de água tépida cerca de 16 horas antes de as semear.

Com a temperatura certa, a rondar os 17-22 ºC, as primeiras plântulas emergem ao fim de 15 a 21 dias!

A tradição por detrás destas giestas

As giestas têm diferentes nomes vulgares, mas o mais emblemático é Maias.

Nele encerra-se a memória ancestral do tempo em que a Península Ibérica era habitada por outros povos, como os celtas, que celebravam neste mês o início do verão.

Em Trás-os-Montes, além de se enfeitarem as portas das casas com flores de giestas, as raparigas adornam um menino que dizem representar o “Maio-Moço” e passeiam-no pelas ruas com grande ruído alegre, cantando e bailando em volta dele.

Com efeito, na etimologia da palavra estão as celebrações de fertilidade, comuns a todos os povos do hemisfério norte e que os gregos consagravam a Maia, a deusa da terra, da fecundidade e do crescimento das plantas, dos homens e de todos os seres vivos.

Maia ou Gaia para outros povos anteriores, do Mediterrâneo e Crescente Fértil, e que na prática celebravam o mesmo: a incrível explosão de vida que a nossa casa-mãe, a Terra.

Contudo é no Centro e Norte de Portugal que ainda hoje subsiste de forma vigorosa uma das tradições mais ancestrais.

O Dia das Maias, celebrado no dia 1 de maio, passa por pendurar, antes da meia-noite, na porta da casa, um ramo de flores de giestas para garantir uma estação de fartura e que o mau-olhado não se atreva a entrar!

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