Logo após as eleições presidenciais na Venezuela, pelo menos 24 manifestantes foram mortos em protestos contra o regime chavista pelo país.
O número foi divulgado pela ONG Human Watch Rights, que responsabiliza as forças de segurança do ditador Nicolás Maduro pelas mortes.
As forças paramilitares favoráveis pró-regime conhecidas como “coletivos” foram apontados como autores de parte dos crimes.
“Essas violações incluem o assassinato de manifestantes e transeuntes, desaparecimentos forçados de membros da oposição e cidadãos estrangeiros, detenções arbitrárias e processos judiciais contra adolescentes e outras pessoas, além de tortura e maus-tratos a detidos”, diz trecho do relatório.
A diretora da Divisão das Américas da ONG, Juanita Goeberts, cobrou uma resposta da comunidade internacional diante das atrocidades de Maduro.
“O governo venezuelano assassinou, torturou, deteve e fez desaparecer pessoas que lutaram pela democracia na Venezuela. A comunidade internacional deveria reafirmar seu compromisso com a democracia e os direitos humanos na Venezuela e pressionar para que o governo de Maduro seja responsabilizado por suas atrocidades”, disse.
Repressão
Desde a fraude eleitoral, mais de duas mil pessoas foram presas por participarem de manifestações contra o regime chavista.
Centenas delas foram formalmente processadas pelos crimes de “incitação ao ódio” e “terrorismo”.
A legislação venezuelana prevê penas de até 30 anos de prisão.
No entanto, segundo a Human Rights, os opositores não tiveram acesso ao devido processo legal.
“As autoridades venezuelanas detiveram arbitrariamente um grande número de pessoas em flagrante violação do devido processo legal. Muitos tiveram negada a representação por um advogado de sua escolha ou o acesso aos seus processos. Alguns foram processados em audiências virtuais e em grupo, o que comprometeu os seus direitos“, afirma a Human Rights.
O desparecimento de opositores também é denunciado pela ONG.
Sem informações oficiais, seus familiares são obrigados a procurá-los em prisões venezuelanas e até mesmo em necrotérios.
Fraude
Em novembro do ano passado, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) encerrou o caso que contestava a fraude eleitoral promovida pelo regime.
Dois ex-candidatos presidenciais, Enrique Márquez e Antonio Ecarri, enviaram pedidos para que a Corte conferisse os números e abrisse os dados mesa por mesa.
A Sala Constitucional do TSJ, contudo, não divulgou os argumentos usados para validar o resultado das eleições.
Em 10 de janeiro, Maduro tomou posse para mais um mandato irregular.
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