Mineradoras investem em tecnologia para ampliar eficiência

Maquinário e veículos autônomos ou teleoperados, sensores, inteligência artificial, monitoramento via satélite e até mudanças completas no processo produtivo. Essas são algumas das tecnologias que as mineradoras estão usando para aumentar a produtividade e tornar o processo mais eficiente.

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O balanço mais recente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) calcula que mineradoras investiram cerca de R$ 595,7 milhões em ações de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2023, o equivalente a 0,24% do faturamento do setor naquele ano.

O grupo de trabalho do instituto que discute a adoção de novas tecnologias tem como meta aumentar os investimentos em P&D em 53% até 2030, alcançando o patamar de 0,4%.

Otimizar a produção para ampliar os resultados foi o que levou a Cedro Mineração a planejar a implantação de britadores de impacto vertical na mina de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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Os novos equipamentos, usados para reduzir o tamanho de grandes pedras e rochas em fragmentos menores, devem otimizar o processo, estendendo a vida útil da mina em mais de dez anos.

— É uma inovação crucial. Como é característico da região do quadrilátero ferrífero, o teor do minério tende a diminuir com o aprofundamento da mina. A introdução desses britadores permitirá aproveitar de forma mais eficiente o minério com teor de ferro mais baixo sem comprometer a qualidade e a produção requerida pelos nossos clientes — explica Wanderley Santo, diretor de operações da Cedro.

Nas operações brasileiras de minério de ferro e níquel, o conglomerado britânico Anglo American usa desde 2023 um sistema de sensores nos caminhões para detectar a presença de pessoas ou outros equipamentos e alertar os operadores. A medida evita colisões, aumentando a segurança aos trabalhadores.

A companhia também usa IA para reduzir o volume de rejeitos gerados na mina de Conceição do Mato Dentro, num sistema que estima a quantidade de ferro que será perdida e ajuda as equipes a planejar com mais precisão as usinas.

A operação na cidade mineira recebeu um aporte de US$ 820 milhões para construção de uma planta de filtragem, o que deve evitar o lançamento de até 85% do rejeito na barragem. O processo é feito a vácuo, com separação da água para reaproveitamento.

Além disso, uma máquina de perfuração autônoma passou a ser usada na operação de minério de ferro no ano passado. Até o fim de 2025, a expectativa é que cinco novas perfuratrizes sejam instaladas, segundo a empresa.

“A automação visa melhorar a qualidade de vida de operadores e operadoras, reduzindo a exposição à vibração”, afirma a Anglo American, em nota.

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O interesse crescente das empresas do setor impulsiona outros negócios correlatos. A New Wave, focada no desenvolvimento de tecnologias para o setor mineiro-metalúrgico, anunciou este mês um aporte de US$ 120 milhões, valor que deve contribuir para a construção do novo centro tecnológico da companhia, no Rio.

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