Um homem homossexual e uma mulher transgênero, ambos uruguaios, foram resgatados de condições análogas à escravidão em Planura, no Triângulo Mineiro. A ação ocorreu entre 8 e 15 de abril e foi coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com apoio do Ministério Público do Trabalho, da Polícia Federal e da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (Unipac).
As vítimas foram aliciadas por redes sociais com promessas de trabalho e moradia. Segundo a fiscalização, os empregadores usavam plataformas digitais para atrair pessoas LGBTQIAPN+ em situação de vulnerabilidade. Ao chegar ao Brasil, as vítimas eram submetidas a jornadas exaustivas, sem salário e em condições precárias.
O homem foi mantido por cerca de nove anos como empregado doméstico, sem registro em carteira e sob violências física, sexual e psicológica. Foi coagido a tatuar as iniciais dos patrões no corpo. A mulher trans também trabalhou de forma informal e relatou ter sofrido acidente vascular cerebral durante o período em que esteve sob controle dos empregadores.
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A ação foi motivada por denúncia anônima feita ao Disque 100, que apontava indícios de trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual e violência. Três homens foram presos em flagrante.
As vítimas estão sendo assistidas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pela Unipac, que oferecem apoio médico, psicológico e jurídico.
Denúncias
Casos de trabalho análogo à escravidão podem ser denunciados de forma anônima pelo Sistema Ipê ou pelo Disque 100, disponível 24 horas.
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