O ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma pergunta, neste domingo, 20, sobre o asilo político da ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, concedido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira, 15. Ela foi condenada a 15 anos de prisão por corrupção no país e solicitou o refúgio político à gestão brasileira.
“Com esse asilo a jato, via Força Aérea Brasileira (FAB), evita-se uma delação (por corrupção) da ex-primeira-dama peruana?”, indagou Bolsonaro na rede social X. “Somente uma coincidência diária.”
Na publicação, o ex-presidente brasileiro compartilhou uma reportagem intitulada “‘O acerto pra campanha de Humala foi com o Palocci e Lula’, disse Marcelo Odebrecht”. O caso se refere ao ex-presidente do Peru Ollanta Humala, marido de Nadine e também condenado por corrupção.
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O empresário Marcelo Odebrecht, dono da Novonor (antigo Grupo Odebrecht), relacionou, em 2017, a corrupção no Peru a Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Humala recebeu dinheiro de propina enviado pela Odebrecht para financiar a campanha eleitoral no país. Em 2018, durante uma delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, Marcelo confessou o envio de cerca de US$ 3 milhões ao político peruano.
Odebrecht enviou dinheiro ao Peru
O dono da Novonor explicou à Polícia Federal que realizava diversos pagamentos para políticos no exterior porque era “interesse” do PT. Ele contou que, além do presidente do Peru, foram enviados pagamentos para pessoas em El Salvador.
Segundo o empresário, os envios eram negociados com Lula e com Antonio Palocci, então ministro da Casa Civil, em 2011. A investigação brasileira levou à abertura de um inquérito no Peru, para investigar o recebimento de dinheiro do exterior.
A Justiça peruana condenou, na última terça-feira, Humala e Nadine a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro e por receber contribuições ilegais da construtora Odebrecht e do governo venezuelano para suas campanhas eleitorais. O governo Lula concedeu asilo no mesmo dia em que a sentença foi proferida.
A ex-primeira-dama do Peru viajou ao Brasil logo depois de ser condenada — e em avião da Força Aérea Brasileira. O Ministério da Justiça brasileiro afirmou, em nota, que vai analisar o pedido de refúgio de Nadine e do filho de 14 anos, concedido pela Polícia Federal.
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