A recente jornada da Liga FUTVE foi marcada por um vergonhoso espetáculo de violência envolvendo jogadores do Estudiantes de Mérida e da Academia Puerto Cabello. Depois de um jogo muito disputado, que terminou com uma vitória apertada da equipa de Mérida por 1-0, graças a um golo de Jesus Hernández, a tensão criada deu origem a uma vergonhosa batalha campal.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a fúria desencadeada após o apito final. O que começou por ser uma troca de palavras acesa rapidamente se transformou numa barragem de socos e pontapés entre jogadores de ambas as equipas. As tentativas desesperadas da equipa técnica e de outros jogadores para separar os adversários apenas serviram para realçar a dimensão do caos que se instalou no relvado do Estádio Olímpico Metropolitano de Mérida.
Esses episódios de violência, tanto dentro como fora do campo, representam um duro golpe para o futebol venezuelano. Não só mancham a competitividade e o espetáculo desportivo, como também afastam os verdadeiros adeptos e afugentam potenciais investimentos. A imagem de uma liga onde o confronto físico e a agressividade prevalecem sobre o fair play e a paixão desportiva é profundamente prejudicial.
O último incidente violento foi há apenas seis meses
Este infeliz acontecimento não é um facto isolado e evidencia uma tendência preocupante que está a prejudicar profundamente a imagem e o desenvolvimento do futebol profissional venezuelano. Há apenas alguns meses, o clássico entre o Caracas F.C. e o Deportivo Táchira também foi marcado pela violência, embora nessa ocasião tenham sido os adeptos da casa a assumir o papel principal. Depois de uma derrota por 0-4, dezenas de adeptos do Caracas invadiram o relvado do Estádio da Universidade Central da Venezuela para enfrentar os jogadores do Táchira.
As cenas foram alarmantes: adeptos a saltarem as vedações de segurança para entrarem em confrontos com os jogadores, queixas furiosas e tentativas de luta que obrigaram à intervenção dos colegas e do pessoal técnico para evitar uma batalha campal. Até o presidente do Deportivo Táchira, Jorge Silva, denunciou publicamente a “segurança medíocre e irresponsável” do evento, revelando a angústia vivida pelos seus familiares com a proximidade dos elementos violentos. A gravidade dos incidentes na altura levou à suspensão do jogo.
Agora, a Liga FUTVE vê-se confrontada com a difícil tarefa de tomar decisões firmes relativamente aos envolvidos na luta entre o Estudiantes de Mérida e a Academia Puerto Cabello. As sanções a aplicar devem ser exemplares, de modo a criar um precedente claro e firme contra este tipo de comportamento. Da mesma forma, é imperativo rever e reforçar os protocolos de segurança em todos os estádios para evitar a repetição de incidentes como o que ocorreu no clássico da capital.
O futebol venezuelano precisa urgentemente de uma mudança de rumo. É essencial erradicar a violência dos seus estádios para reconstruir a confiança dos adeptos, atrair novos talentos e recuperar o prestígio que este desporto merece no país. Caso contrário, estes acontecimentos infelizes continuarão a corroer os alicerces de uma modalidade que deveria ser uma fonte de orgulho e união nacional.
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