Bubacar Turé, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), está em parte incerta e em silêncio, desde que foi denunciada a presença de homens armados na sua residência, no sábado (12.04), em Bissau.
A primeira vice-presidente da Liga, Claudina Viegas, disse hoje que teme pela vida de Turé. Responsabiliza ainda o Executivo guineense “pela vida e integridade física do presidente da LGDH”.
Claudina Viegas denunciou que as autoridades montaram um dispositivo contra Turé, que incluiria a mobilização permanente de agentes à paisana perto da sua residência.
O objetivo, segundo a responsável, seria “sequestrar ou eventualmente assassinar o presidente da LGDH, um cidadão cujo endereço profissional e pessoal são amplamente conhecidos”.
O ministro do Interior, Botche Candé, garantiu hoje não saber de nada, rejeitando a alegação de que teria destacado agentes para perseguir Turé.
Denúncias sobre Centro de Hemodiálise
Tudo isto acontece dias depois do presidente da LGDH ter afirmado, na abertura de um seminário de jornalistas, que, “praticamente”, todas as pessoas submetidas ao tratamento de hemodiálise, no Hospital Nacional Simão Mendes, teriam morrido.
A direção do maior centro hospitalar do país desmentiu as acusações, ameaçando mover uma queixa-crime contra Turé, uma das figuras que mais tem contestado o regime guineense.
Esta segunda-feira, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, desvalorizou a polémica: “Não acontece só com Bubacar [Turé]. O Procurador-Geral da República tem o direito de chamar qualquer jornalista ou cidadão que faz uma declaração pública que não corresponde à verdade, para provar a verdade da denúncia.”
A Frente Social dos sindicatos da educação e saúde apela ao esclarecimento das supostas mortes no Centro de Hemodiálise, denunciadas pelo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.
“Enquanto defensores dos trabalhadores afetos a este serviço [de hemodiálise], pedimos que seja feita uma investigação responsável, isenta e imparcial”, disse o porta-voz da Frente Social, Ioio João Correia, salientando que, caso a acusação se confirme, será necessário “imputar responsabilidades”.
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