PJ guineense responsabiliza pais por onda de desaparecimentos de crianças

Ussumane Baldé, chefe da Brigada da PJ de Combate à Criminalidade contra as Mulheres e Menores, falava à rádio Sol Mansi, emissora da Igreja Católica, para comentar “mais um desaparecimento de criança”, neste caso de um rapaz de 15 anos, que reside na comunidade de Berne, nos subúrbios de Bissau.

Uma tia do menor desaparecido disse que o rapaz está sob os cuidados de um tio, que, alegadamente, lhe batia acusando-o de furto de dinheiro.

De acordo com o chefe da Brigada da PJ de Combate à Criminalidade contra as Mulheres e Menores, muitos dos desaparecimentos de crianças devem-se às ameaças ou espancamentos por parte dos pais ou encarregados de educação.

Na semana passada, uma criança de sexo feminino, de 12 anos, acolhida durante uma semana pela Associação Amigos das Crianças (AMIC), em Bissau, foi devolvida à família, após ter fugido de casa devido a maus-tratos, relataram as organizações de proteção de menores.

 A emissora católica guineense refere ainda que em 2024 a PJ registou 20 casos de desaparecimentos de crianças, dos quais um menor ainda está por localizar, enquanto em 2023 foram registados 21 desaparecimentos, estando também por localizar.

 Em relação a este ano, uma fonte da polícia disse à Lusa, na semana passada, que durante os meses de fevereiro e março foram registados cerca de 10 casos de desaparecimentos de crianças, na sua maioria em Bissau e nalgumas regiões do interior do país.

O caso mais mediático ocorreu na localidade de São Domingos, norte da Guiné-Bissau e perto da fronteira com o Senegal, onde uma criança de três anos dada como desaparecida foi mais tarde encontrada morta, enterrada esquartejada.

Até hoje, não há relatos oficiais sobre a detenção dos envolvidos no caso.

Dias depois, as autoridades locais confirmaram que a criança estava sem o rim do lado direito e sem o coração.

O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Gueri Gomes, disse à Lusa, a propósito deste caso, ser preciso “uma profunda reflexão nacional” para determinar as “verdadeiras causas” de desaparecimentos de crianças no país.

O secretário executivo da Associação Amigos da Criança (AMIC) da Guiné-Bissau, Laudolino Carlos Medina, defendeu, também em declarações à Lusa, que os desaparecimentos “misteriosos de crianças” devem ser analisados, “caso a caso”.

“Há crianças que desaparecem devido à falta de atenção e de cuidado dos pais e encarregados de educação, mas há outras que desaparecem em processos que é preciso compreender melhor”, sublinhou Medina.

MB // MLL

Lusa/Fim

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