20 anos a marcar o sector da comunicação em Portugal – Marketeer

Num sector em transformação, marcado pela evolução tecnológica e pela exigência de estratégias cada vez mais integradas, a comunicação assume um papel central no posicionamento das marcas. No ano em que a Media Gate assinala duas décadas de actividade, o Group Gate reforça a sua ambição. Em entrevista à Marketeer, Marta Machado, CEO do Group Gate, fala dos desafios do sector da comunicação.

A marca Media Gate está a celebrar 20 anos no mercado. Como descreve a evolução desta marca?

A Media Gate é a marca mais antiga e uma força vital no sucesso do grupo. A nossa trajectória de crescimento reflecte a capacidade de evoluir e de responder às crescentes necessidades do mercado. Actualmente, somos uma agência de comunicação e media, com grande capacidade de integração e experiência comprovada em todas as áreas: planeamento e compra de espaço, marketing digital, eventos, relações públicas e publicidade.

O Group Gate está em franco crescimento, sendo 2024 um ano com resultados extraordinários. Consolidámos a nossa posição no mercado e reforçámos as nossas relações com os clientes, graças à dedicação das equipas e à nossa aposta numa abordagem integrada e focada na inovação. Um destaque importante foi o lançamento da PR Gate, a nossa nova agência de comunicação e relações públicas, que nos permitiu proporcionar soluções de comunicação 360º.

Quais foram os principais desafios enfrentados ao longo dos anos e como deram resposta à transformação do mercado?

O sector da comunicação, media e RP nunca foi tão dinâmico, com a multiplicação de plataformas, formatos e a evolução do digital. Nesse contexto, a Media Gate tem assistido a algumas das mudanças mais significativas dos últimos tempos, aliadas a novas evoluções tecnológicas. Se, por um lado, a Inteligência Artificial (IA) generativa e a automação têm impactado o sector, o uso avançado de dados, a comunicação personalizada e a centralidade dos conteúdos visuais e interactivos têm caminhado lado a lado para criar uma experiência mais humana e autêntica. O crescente investimento em publicidade contextual, o papel dos influenciadores, e a possibilidade de segmentação baseada em interesses do consumidor, são também uma nova realidade para as marcas e estas mudanças estratégicas obrigam-nos a ajustar as abordagens.

No Group Gate acreditamos que só a capacidade de inovar nos faz crescer, e por isso a inovação é um valor essencial e faz parte do nosso ADN.

O Group Gate orgulha-se de ser uma agência de capital 100% português. De que forma esta independência influencia a vossa abordagem no mercado nacional e internacional?

Enquanto agência 100% portuguesa e independente, temos a agilidade e liberdade necessárias para nos adaptarmos rapidamente às necessidades específicas de cada cliente, sem restrições impostas por estruturas internacionais.

Esta autonomia traduz-se numa capacidade de decisão rápida e eficaz, permitindo-nos oferecer soluções verdadeiramente personalizadas. Valorizamos os nossos talentos e promovemos uma cultura de proximidade e espírito colaborativo, o que se reflecte na dedicação, compromisso e paixão com que abraçamos cada projecto – em Portugal e além-fronteiras.

A recente criação da Knowledge Gate reforça o compromisso da empresa com a partilha de conhecimento. Que tipo de iniciativas ou programas estão a ser desenvolvidos nesta área?

Para além das acções de formação – abertas ao público interno e externo – que promovemos ao longo do ano, com temas que apoiam o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais, estamos a lançar as Knowledge Talks: conferências curtas focadas na inovação na comunicação de marcas.

Adicionalmente, realizamos exercícios de Visual Thinking com os nossos clientes, que nos permitem co-criar soluções estratégicas para a construção e afirmação das suas marcas.

Por fim, estamos a desenvolver ferramentas de research que fortalecem as nossas equipas e elevam a qualidade do trabalho que entregamos diariamente aos nossos clientes.

Com a crescente importância do marketing digital, como é que o Group Gate tem adaptado os seus serviços para responder às novas tendências e necessidades dos clientes?

A transformação digital é uma prioridade para o Group Gate. Apostamos num equilíbrio entre criatividade e tecnologia, que consideramos essencial para criar soluções relevantes e com verdadeiro impacto.

As novas ferramentas digitais estão a redefinir a forma como comunicamos – com interacções mais fragmentadas, personalizadas e imersivas. Exemplo disso é a evolução da publicidade em espaços públicos, hoje impulsionada por tecnologias como realidade aumentada, IA, sensores LED ou conteúdos gerados pelos utilizadores. Neste novo contexto, adaptamo-nos de forma contínua, integrando inovação nos nossos serviços e antecipando tendências para responder às exigências de um ecossistema em constante mudança.

A sustentabilidade é um tema cada vez mais relevante. Que medidas o Group Gate tem implementado para promover práticas empresariais responsáveis e sustentáveis?

O Group Gate está empenhado em práticas empresariais responsáveis e sustentáveis, reflectidas na recente certificação ESG que obtivemos. Acreditamos que a sustentabilidade vai além de práticas ambientais – é também sobre como gerimos as nossas operações de forma ética e responsável. Estamos comprometidos em reduzir a nossa pegada ambiental através de iniciativas como a digitalização de processos, redução de desperdício de papel e optimização de recursos, entre outras.

Quais são os critérios utilizados pelo Group Gate na selecção de clientes e projectos, e como garantem a manutenção de relações sólidas e duradouras com os mesmos?

Seleccionamos clientes e projectos que nos desafiem a agregar valor real, através de soluções estratégicas, criativas e inovadoras. Privilegiamos relações onde possamos estabelecer uma colaboração próxima e de confiança, com impacto concreto nos resultados. Contamos com mais de 40 especialistas e potenciamos sinergias entre as várias áreas do grupo, assegurando uma abordagem integrada, alinhada com as exigências do mercado actual. O nosso compromisso é antecipar tendências, superar expectativas e construir relações duradouras com base na excelência, inovação e entrega consistente.

O Group Gate tem expandido a sua presença internacional. Quais são os planos futuros?

Para já, o nosso foco está em reforçar e consolidar a presença em Espanha, mercado onde estamos desde 2009 e onde vemos um forte potencial de crescimento. Vamos intensificar a nossa actuação no mercado ibérico, com uma abordagem integrada e colaborativa entre áreas, e explorar novas oportunidades através da recente parceria com o grupo espanhol &Beyond – referência em inovação e disrupção na comunicação.

Num segundo momento, equacionaremos a entrada em novas geografias, sempre com o objectivo de oferecer soluções relevantes, alinhadas com os desafios globais do sector.

Como é que o Group Gate se diferencia das outras agências de meios no mercado português?

Somos uma agência 100% portuguesa e independente, com uma abordagem estratégica e integrada que combina agilidade, criatividade e foco em resultados. O nosso modelo multidisciplinar permite-nos antecipar tendências e oferecer soluções completas em media, digital, eventos, relações públicas e publicidade. Em 2023 e 2024, fomos a maior agência de meios independente em Portugal – um reflexo da nossa consistência, inovação e proximidade com os clientes.

Quais são as principais tendências que prevê para o sector da comunicação nos próximos anos?

O sector enfrenta uma tensão crescente entre a automação tecnológica e a necessidade de uma comunicação mais humana e autêntica. Acreditamos que o futuro será dominado por dados e inteligência artificial, mas será o factor humano – o tom certo, a empatia, a autenticidade – que fará a diferença.

A personalização ganhará nova escala, impulsionada por tecnologias como a IA generativa, mas o desafio será manter a proximidade emocional e a coerência das marcas.

Na Media Gate, estamos a preparar-nos para este futuro com uma abordagem que alia inovação tecnológica à criação de narrativas relevantes e humanas, garantindo campanhas mais eficazes, e que se alinham com os valores e expectativas dos consumidores.

Para finalizar, que conselhos daria a empresas portuguesas que procuram fortalecer a sua presença no mercado através de estratégias de comunicação eficazes?

Mais do que comunicar, é fundamental que exista nas empresas um propósito claro – e traduzi-lo em acções e mensagens consistentes, que criem valor real para os diferentes públicos. Num mercado em constante mudança, a inovação deve ser uma prioridade: experimentar novos formatos, apostar em tecnologias emergentes e explorar formas criativas de contar histórias são passos essenciais.

Empresas que arriscam, que se mantêm fiéis aos seus valores e que sabem adaptar-se às novas dinâmicas, serão as que conquistam relevância e confiança a longo prazo.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Empresas 100% Portuguesas”, publicado na edição de Abril (n.º 345) da Marketeer.