VÍDEO: Maranhenses presos na Venezuela há seis meses, por extração ilegal de ouro, pedem ajuda de Lula para serem soltos | Maranhão
Maranhenses presos na Venezuela pedem ajuda de Lula para serem soltos
Um grupo de 16 maranhenses, entre eles duas mulheres, estão presos desde o dia 4 de outubro de 2023, na Venezuela, acusados de extração ilegal de ouro na fronteira do país com a Guiana. Nesta semana, o grupo gravou um vídeo (veja acima), pedindo ajuda ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para intervir na libertação deles.
Os maranhenses afirmam que foram presos ilegalmente e estão sofrendo maus-tratos, além disso, muitos deles estão doentes.
“Fomos presos ilegalmente e estamos pedindo pela sua ajuda, para que o senhor (Lula) possa fazer algo a favor de nós aqui presos e de nossos familiares que estão no Brasil. Estamos sofrendo, estamos passando por situação difícil, estamos passando por problemas de saúde, debilitados. Tem muitos aqui já estão há muito tempo doentes, passando por situação difícil. Nós estamos pedindo a sua ajuda para que o senhor entre com providência e faça alguma coisa por nós”, pediu um dos presos, identificado como Bruno de Sampaio.
No vídeo, o maranhense também destaca que alguns familiares deles no Brasil estão sofrendo de depressão, por causa da prisão.
Entre os 16 maranhenses presos, há duas mulheres que foram trabalhar como cozinheiras no garimpo. Nesse grupo há 14 pessoas que são moradoras das cidades de Brejo de Areia e Vitorino Freire, no interior do Maranhão, e outras duas moradoras da cidade de Boa Vista, em Roraima.
Os 16 saíram do Maranhão e de Roraima para trabalhar em um garimpo no Rio Yuruari, no município Dorado de Sifontes, no Estado Bolívar. No local, eles foram presos, juntos com mais um venezuelano e um guianense.
Veja a lista dos 18 presos:
- Arias Pereira Brandão
- Bruno de Sampaio da Silva
- Ernandes Calaca de Sousa
- Gerson Romeo Schwingel
- Marcio Caitano de Sousa (maranhense que mora em Boa Vista, em Roraima)
- Marivaldo Fonseca
- Jardeilson de Sousa Paulino
- Luan Magalhães da Silva
- Maxilene da Silva de Oliveira (maranhense que mora na cidade de Boa Vista, em Roraima)
- Oséas de Freitas Ribeiro
- Raimundo de Sousa Ferreira
- Rejane Paulino do Nascimento Silva
- Ricardo de Sousa Dias
- Rildevan Silva Lima
- Ronaldo de Oliveira da Silva
- Solaniel Sousa da Silva
- Sathohan Gowkaran (guianense)
- Osmalys Johnnatha Ochoa Arevalo (venezuelano)
Ao g1, Janethe Ribeiro Cruz, que é esposa de um dos garimpeiros preso, o Ernandes Calaca de Sousa, relatou que o grupo está preso ilegalmente porque a empresa para qual eles trabalhavam estava pagando taxas à Corporação Venezuelana de Mineração no valor de 50 gramas de ouro, que equivale a 2.500 dólares por mês, para poderem trabalhar respeitando a ecologia, a água e o meio ambiente, e que os serviços eram, eventualmente, supervisionadas por essa instituição do Estado venezuelano.
Além disso, após a prisão, o grupo passou por seis audiências na Justiça e, na penúltima foram apresentados os documentos que autorizavam o garimpo e as taxas de pagamento feitas pela empresa licenciadora. A juíza do caso reconheceu que a prisão deles era ilegal, mas afirmou que não tinha autonomia para soltá-los, diante disso, os maranhenses voltaram para o presídio Guayparo, na cidade de Porto Ordaz.
“Então, ao meu modo de entender, quando ela (a juíza) reconhece que foi uma prisão ilegal, que eles não deveriam ter sido presos, é porque eles são inocentes. Mas ela disse que não poderia liberá-los e simplesmente devolveu eles pro presídio. E, desde esse acontecimento, agora no dia 8 (de março), aconteceu uma outra audiência, que não deu em nada. E aí a gente não sabe o porquê que eles estão sendo mantidos presos lá”, lamenta Janethe Ribeiro.
Ainda de acordo com Janethe, contra o grupo havia outras acusações de crimes, porém, já foi provado pela polícia investigativa que eles não têm relação alguma com os crimes pelos quais foram acusados. Para ela, é preciso ter uma intervenção política para poder libertar os maranhenses.
O assistente social e técnico em agropecuária Maurício Sousa, que é irmão de um dos detidos, também conversou com o g1. Ele reforça que o grupo trabalhava legalizado no garimpo, pois a empresa à qual prestavam serviços pagava regularmente a taxa exigida para liberação da exploração.
“Já vai fazer sete meses, agora dia 4 (de maio) que eles estão presos. Eles estavam pagando todas as taxas pro Estado, pra Venezuela, e, infelizmente aconteceu isso e eles estão lá solicitando uma ajuda, uma intervenção do governo federal para que eles possam estar sendo libertos de lá”, destacou Maurício Sousa.
O assistente social relatou, também, que a embaixada do Brasil na Venezuela tem prestado assistência, levando comida aos presos. Mas ele não tem conhecimento de que alguma providência tenha sido tomada por parte do Itamaraty, para ajudar os brasileiros presos.
Ainda de acordo com o Itamaraty, os presos receberam visita de representante da Embaixada para verificar as condições da prisão e buscar mais detalhes do processo.
O Itamaraty foi novamente procurado pelo g1, para saber se o governo brasileiro irá buscar a liberação dos maranhenses junto ao governo da Venezuela, mas até a última atualização desta matéria o Itamaraty não havia se manifestado sobre o caso.
O g1 também procurou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, para saber se o presidente já está ciente do caso e se tomará alguma medida. Até a última atualização desta matéria, a Secom também não havia dado uma resposta.
Outros maranhenses presos na Venezuela
Os maranhenses foram identificados como: Lucília Ferreira do Nascimento, da cidade de Poção de Pedras; Francisco Cunha Silva, de Bom Jardim e Samuel da Conceição, de Lagoa Grande do Maranhão.
O trio foi preso pelo Exército da Venezuela em 26 de outubro, em uma área de garimpo, próxima a fronteira com a Guiana Francesa e cerca de 700 km de Caracas, capital da Venezuela. No Maranhão, familiares e amigos dos maranhenses, afirmam que eles não tiveram direito à defesa e desde então, foram sendo submetidos à condições precárias e subumanas.
O grupo de brasileiros deveria ficar presos na Venezuela por 45 dias, enquanto durassem as investigações do crime de mineração ilegal. O prazo venceu por quase um mês sem que eles conseguissem responder ao processo em liberdade. Só no dia 11 de janeiro, uma audiência reacendeu a esperança deles serem liberados pra voltar pra casa.
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