Venezuela vai desligar máquinas de mineração de bitcoin (BTC) no país; você deveria se preocupar?

O governo da Venezuela quer desligar as máquinas de mineração de bitcoin (BTC) do país.

A iniciativa veio do Ministério do Poder Popular para a Energia Elétrica (MPPEE), divulgada através de uma postagem no Instagram.

“Ministério do Poder Popular para a Energia Elétrica (MPPEE), através da Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec), em conjunto com o Ministério Público, iniciou um Plano Especial de Fiscalização de Cargas direcionado aos usuários de alto consumo ligados à mineração digital.
O objetivo é desconectar do Sistema Elétrico Nacional (SEN) todas as fazendas de mineração de criptomoedas no país, evitando o alto impacto na demanda, o que permite continuar oferecendo um serviço eficiente e confiável a todo o povo venezuelano”

O anúncio foi feito na sexta-feira (17). Porém, os preços da maior criptomoeda do mundo não se mexeram desde então. No acumulado dos últimos sete dias, a valorização é de cerca de 7%.

Nesta segunda-feira (20), o bitcoin era negociado a US$ 67.093,41 por volta das 8h50, uma queda de 0,30% nas últimas 24h. 

  • Já quis saber o que acontece nos bastidores do mercado cripto? O especialista Valter Rebelo estará no maior evento de criptomoedas do mundo e vai mostrar tudo em uma transmissão gratuita. Faça sua pré-inscrição aqui.

Venezuela e mineração de bitcoin

Vale lembrar que a Venezuela é um país que sofre várias sanções internacionais, o que limita a capacidade de geração e distribuição de energia para a população.

A iniciativa, segundo o Ministério, teria o objetivo de evitar o alto impacto na demanda de energia elétrica do país.

Segundo os dados mais recentes do Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index, a Venezuela não tinha participação relevante na mineração de BTC global.

Portanto, a expectativa é de que a iniciativa do governo da Venezuela não tenha impacto relevante sobre a maior criptomoeda do mundo

Os líderes dessa atividade ainda são Estados Unidos e China — mesmo com a atividade cerceada no país.

Mineração de BTC consome muita energia elétrica

Um dos problemas da criptomoeda é que, para manter a rede ativa, é necessário uma quantidade imensa de energia elétrica.

Estudos do Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index informam que toda a rede do bitcoin consome mais energia por ano do que os Emirados Árabes Unidos, a Argentina e a Ucrânia, por exemplo.

Porém, não é só o consumo que preocupa, mas a fonte de energia elétrica usada pelos mineradores.

Na China, por exemplo, a principal matriz usada na geração é o carvão, responsável por quase um quarto da energia produzida no país. Isso coloca o gigante asiático como responsável por 11% do dióxido de carbono (CO2) do planeta. 

De acordo com o índice, a mineração anual de bitcoin está em 145,55 TWh, consumindo 0,57% da energia elétrica produzida no mundo todo. Já na Venezuela, o consumo anual de eletricidade foi de 67,86 TWh em 2021, de acordo com dados da Low-Carbon Power.

Outro lado da criptomoeda: mineração verde de bitcoin

Com o aumento da procura por mineração de criptomoedas, essa atividade pode se tornar um dos grandes vilões do meio ambiente, como foi apontado pelo bilionário Bill Gates.

Porém, de acordo com o Bitcoin Mining Council, organização descentralizada que avalia as condições de consumo de energia do BTC, cerca de 63% da mineração da criptomoeda vem de fontes renováveis.

Contudo, os números são de 2023 e podem não representar diretamente a realidade, tendo em vista que a atividade é descentralizada e não conta com uma calculadora exata para fazer a medição.


Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Comentários estão fechados.