A última geleira da Venezuela encontra-se em um estado lastimável, tendo sido severamente afetada pelas mudanças climáticas. Resta agora apenas uma rocha exposta e um pequeno pedaço de gelo. Em um esforço para salvar o que resta, o governo venezuelano planeja utilizar mantas geotêxteis (malhas térmicas de polipropileno) para tentar mitigar a incidência dos raios solares na superfície do gelo.
Geleiras globais em declínio
O declínio das geleiras tem impactado todo o mundo. No entanto, a Venezuela, localizada no coração dos trópicos, é o primeiro país na cordilheira dos Andes a perder todas as suas geleiras. Anteriormente, o país abrigava cinco geleiras, que cobriam aproximadamente mil hectares de gelo.
Método controverso
Apesar da redução drástica da área coberta por gelo na Venezuela, o governo do país anunciou em dezembro um plano para tentar reverter o derretimento. O plano envolve o uso das mantas geotêxteis para proteger o gelo dos raios solares. Este método já é utilizado há mais de 20 anos em outros países, como Áustria, Itália, França, Suíça, Alemanha, China, Rússia e Chile, principalmente para proteger pistas de esqui.
Especialistas manifestam ceticismo
O plano, no entanto, tem despertado o ceticismo de especialistas da Universidade de Los Andes (ULA). Segundo eles, o que restou da última geleira venezuelana, localizada no pico Humboldt, não pode mais ser considerado uma geleira devido à sua pequena área. Os cientistas também argumentam que as mantas podem causar impacto ambiental à medida que se degradam devido à radiação solar e às chuvas.
Impacto no turismo de montanha
A perda da geleira também trará impactos para o turismo de montanha na Venezuela. Muitos turistas visitavam o país para escalar o pico Humboldt, que era acessado através desta geleira. Com a desaparição total da geleira, essa forma de turismo também acabará desaparecendo.
Enquanto o tempo para salvar os restos da geleira diminui, a batalha entre governo e ambientalistas para decidir a melhor forma de proceder continua.
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