Venezuela defende lisura de seu processo eleitoral em meio a nova conspiração para matar Maduro

Até hoje o governo venezuelano não conseguiu entender as razões da dura nota do Itamaraty manifestando  “expectativa e preocupação” com o processo eleitoral no país vizinho.

Em entrevista ao programa Forças do Brasil, da TV 247, veiculado nesta quinta-feira, a deputada e diplomata Ilenia Medina, presidente da comissão de Relações Exteriores da Assembleia venezuelana, declarou acreditar que o presidente Lula tenha sido mal informado sobre as razões pelas quais uma tal Corina Yoris não conseguiu se inscrever no prazo estabelecido, o que motivou não apenas a nota brasileira, como também uma reafirmação de seu teor pelo presidente Lula dois dias depois.

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Dizia a nota do Itamaraty: “com base nas informações disponíveis… a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se”.

De acordo com a deputada Medina, o erro está no fato de que Corina Yoris tentou se inscrever por uma organização, chamada Vente Venezuela, uma das integrantes da oposicionista Plataforma Unitária. Vente Venezuela por si não estava habilitada para inscrever isoladamente candidatos junto ao Conselho Nacional Eleitoral do país.

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Corina Yoris, uma desconhecida que se apresenta como filósofa, apareceu de última hora pleiteando a inscrição em nome da organização.

Uma outra Corina, Maria Corina Machado, essa sim famosa, já havia sido impedida de se candidatar desde junho de 2023 por estar, como Bolsonaro, inelegível. Ela foi inabilitada por quinze anos. A sentença judicial cita sua participação em atividades promovendo sanções internacionais contra o Estado venezuelano, incluindo o apoio a medidas que resultaram no bloqueio econômico e danos ao patrimônio nacional. Ademais, o juízo menciona sua associação com Juan Guaidó, que tentou usurpar a Presidência do país, e sua implicação na  perda de ativos venezuelanos no estrangeiro. Foi o caso da rede de distribuição de combustíveis Citgo, forte nos Estados Unidos.

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Marcada para 28 de julho, a eleição terá treze candidatos a presidente legalmente inscritos: doze oposicionistas e o presidente Nicolás Maduro. No total das coligações em torno dos candidatos participam 36 partidos políticos.

Na verdade, a principal coligação oposicionista, chamada Plataforma Unitária, a que também pertence Maria Corina, inscreveu sim seu candidato a presidente, diferentemente do que informava a nota do Itamaraty.

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Trata-se do ex-embaixador Edmundo González, de 74 anos.

Outro candidato oposicionista será o ex-governador do Estado de Monagas Luis Eduardo Martinez, que concorre pelo Partido Ação Democrática.

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Pelo Copei, partido tradicional da oposição, foi lançado Juan Carlos Alvarado.

Bracelete Branco – Há décadas a Venezuela é um caso particular de disputa política extrema, pela violência oposicionista contra a revolução bolivariana e pela reação que provoca por parte do governo.

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As eleições deste ano só podem ser compreendidas se se levar em conta o caso particularmente agudo dessa disputa, atiçada pelos Estados Unidos, que realiza um cerco ao país.

Desde 26 de março, estão seis pessoas estão refugiadas na embaixada argentina em Caracas acusadas de participar numa conspiração denominada Bracelete Branco, como informa o jornalista freelancer uruguaio Mark Lawrence.

Consta que a conspiração visava matar o presidente Nicolás Maduro no dia de sua inscrição como candidato junto ao Conselho Nacional Eleitoral.

Ainda segundo Lawrence, dois indivíduos, Jerry Ostos Perdomo, coordenador nacional da Vente Venezuela, e Carlos Eduardo Castillo, militante da mesma organização, admitiram aos promotores que queriam matar Maduro. Ambos foram detidos portando armas nas imediações do conselho eleitoral.

De acordo com a agência espanhola Efe, o governo argentino negocia salvo-condutos para a saída do país dos asilados na embaixada.

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