“Estamos à disposição para colocar todos os recursos necessários à disposição para promover a implementação do acordo de Barbados”, disse Rachel Roumet durante as celebrações do Dia da Europa, que tiveram lugar na noite de sexta-feira (madrugada de hoje em Portugal), na residência oficial da República Checa, em Caracas.
Sobre este dia, Rachel Roumet começou a intervenção a recordar que, todos os anos, a UE comemora a declaração do então ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman, a 09 de maio de 1950, e que lançou o projeto europeu.
“Sobre essa base se construíram obras que nem os fundadores teriam acreditado ser possível. De seis países passámos, passo a passo, para 27. Abolimos as fronteiras entre os nossos territórios, temos uma moeda comum, temos uma política externa e de segurança comum e temos muitas regras”, disse.
Com o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia numa mão, explicou que era o que fazia falta “para passar de um continente minado por um conflito interno mortífero, sem precedentes, a Segunda Guerra Mundial, para uma integração de Estados”.
Rachel Roumet explicou que a Europa conheceu “várias vezes e ao longo de séculos, conflitos militares” internos.
“A polarização que a Venezuela viveu não tem comparação com o que fizemos uns aos outros na Europa no passado”, frisou.
“Com esta história, é inevitável que apoiemos o processo de negociação que conduziu ao acordo de Barbados, porque estamos convencidos, na nossa própria carne, da construção europeia, que as negociações e os pactos são a base e a condição de toda a coexistência política pacífica”, disse.
A chefe da delegação da UE citou a visão de Robert Schuman na declaração de maio de 1950, de que “a Europa não se constrói de uma só vez, que se fará graças a realizações concretas”.
“Atrevo-me a dizer hoje que o trabalho conjunto entre a UE, os seus estados-membros e a Venezuela segue os ideais de Schuman. Porque estamos a dar passos concretos, incluindo passos para preparar uma missão de observação eleitoral para as eleições de 28 de julho na Venezuela. Em termos concretos, estamos a traçar um caminho de cooperação e de relações construtivas e frutuosas”, disse.
Explicou ainda que o lema da UE é “unidade na diversidade”, mas “há algumas coisas que não são negociáveis”, como valores como paz democracia e direitos humanos.
“A diversidade é também paz. Se aceitarmos as diferenças, não podemos estar em conflito. Hoje em dia, infelizmente, ainda existem demasiados conflitos no mundo, incluindo uma guerra de agressão russa contra a Ucrânia e conflitos no Médio Oriente. Não podemos esquecer a gravidade do sofrimento humano em todos estes conflitos. A diplomacia e a paz devem prevalecer”, disse.
Em 17 de outubro de 2023, o Governo venezuelano e a opositora Plataforma Unitária Democrática assinaram, em Barbados, um acordo sobre a promoção de direitos políticos e garantias eleitorais para todos, com vista às presidenciais de 2024.
No texto, as delegações afirmam o compromisso com o fortalecimento de uma democracia inclusiva e uma cultura de tolerância e convivência política.
Em 07 de março de 2024, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou que convidou a União Europeia, a ONU e o Centro Carter, entre outros, para enviarem missões de observação para as eleições presidenciais de 28 de julho.
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