Trabalhadores preparados para terceira fase da greve – DW – 30/04/2024

Os trabalhadores angolanos cumprem, desde 22 de Abril, a segunda fase da greve geral convocada pela Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos – Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical – Central Sindical (FS-CS), que termina esta terça-feira (30.04).

Flávio Carvalho, secretário provincial da CGSILA no Cuando Cubango, faz uma avaliação positiva da greve na província, apesar de alguns transtornos.

“Podemos dizer que estamos a 98% de adesão à greve, porque tivemos dificuldades e vários imbróglios com o município do Cuito Cuanavale, em que os responsáveis governamentais acharam por bem coagir trabalhadores a não aderirem à greve”, denuncia.

O responsável sindical enalteceu o empenho dos trabalhadores na adesão à greve, o que entende ser uma prova do interesse e vontade de todos na resolução dos problemas que os afligem.

“Falta sensibilidade do Executivo”

Saúde e educação foram os setores melhor representados na greve geral, segundo Flávio Carvalho.

Flávio Carvalho acusa responsáveis governamentais no município do Cuito Cuanavale de coagir trabalhadores a não aderirem à greveFoto: Adolfo Guerra/DW

O secretário provincial da CGSILA garante que os trabalhadores no Cuando Cubango estão disponíveis e preparados para aderirem à terceira fase da greve geral, caso o Executivo não responda de forma satisfatória ao caderno reivindicativo.

“Os trabalhadores estão à espera de uma resposta do Executivo, e as centrais sindicais também esperam isso. Nós estamos abertos a negociações desde o topo, o que falta é a sensibilidade da parte do Executivo”.

Cidadãos lamentam efeitos negativos da greve

No entanto, a greve teve um impacto negativo na vida dos cidadãos na província, como salienta o jovem Fernando Massozi. “Qualquer paralisação de uma atividade contribui negativamente em termos de crescimento económico e os efeitos são visíveis”, lamenta.

Entre vários pontos, as centrais sindicais exigem um aumento salarial de 250% e o desagravamento de impostos.

Fernando Massozi deixa um apelo ao Governo de João Lourenço: “Que coopere com os sindicalistas de forma a encontrar uma concordância entre as partes, para que nenhum lado se sinta prejudicado”.

“1 de Maio” sem motivos para celebrar

Questionado sobre a remuneração suplementar de 33 euros (30 mil kwanzas) determinada pelo Presidente João Lourenço, que deverá vigorar a partir de 1 de junho para os funcionários públicos e agentes administrativos, Flávio Carvalho encara isso apenas como um bónus.

Presidente João Lourenço aprovou um aumento salarial para a Função Pública na ordem dos 30 mil kwanzas (33 euros) a partir de 1 de junho Foto: Imago Images/Panthermedia/Johan

“Nós temos um caderno reivindicativo e estamos a basear-nos apenas nesse caderno reivindicativo”, insiste o sindicalista.

Quanto ao Dia dos Trabalhadores, assinalado esta quarta-feira, 1 de maio, Carvalho não vê motivos para comemorar.

“Porque estamos num período de greve e fica mal nós, que imploramos por melhores condições para os trabalhadores, estarmos a comemorar. Não estamos a ser atendidos. Como vai ser? Simplesmente, o trabalhador vai se manter em casa, quem puder colocar uma bandeira preta em casa, pode colocar. Será assim passada a data”.

A terceira fase da greve geral está prevista para entre 3 e 14 de junho.

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.