Tecnologia apoia a comprovação do ROI de ações ESG

A comprovação do retorno sobre o investimento (ROI) de ações ESG é um dos principais desafios enfrentados por líderes de tecnologia na adoção de práticas de sustentabilidade, diversidade e governança por organizações. Essa informação é proveniente do estudo ‘Antes da TI, a Estratégia‘, conduzido anualmente pelo IT Forum com CIOs e executivos da indústria de tecnologia do Brasil.

Dados da edição de 2024 da pesquisa indicam que 46% dos executivos respondentes consideram a comprovação do ROI como o principal desafio para o desenvolvimento de projetos visando o alinhamento aos temas ESG em suas empresas.

O tema foi debatido durante o evento ‘O poder da Tecnologia Sustentável na estratégia de negócios‘, realizado durante o IT Forum Trancoso.

Renata Zepelini, diretora sênior de TI da PepsiCo, destacou que a discussão sobre custos é uma das abordagens para que diferentes áreas da empresa possam observar o ROI de ações ESG. Um exemplo citado pela executiva foi na área de logística da empresa.

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A PepsiCo opera atualmente uma frota própria de vans que percorrem cerca de 2 mil rotas para distribuir seus produtos nos pontos de venda. A companhia implementou um projeto de monitoramento e digitalização das vans para auxiliar os motoristas na previsão de tráfego durante as entregas, além de enviar alertas de descanso aos motoristas. As vans também utilizam plástico reciclado em sua montagem e são mais leves que veículos tradicionais.

Além disso, a organização emprega dois caminhões elétricos para grandes cargas, os quais são equipados com placas fotovoltaicas. Toda a frota é monitorada a partir de um centro da companhia em Itu (SP), que gerencia os indicadores logísticos da operação.

“A gente tem tido economias de 10% a 15% na parte de fretes. Então, é necessário trabalhar em conjunto com o negócio para criar essa correlação e demonstrar o ROI, que é um dos pontos de dificuldade que enfrentamos”, relatou.

Fernando Rostock, executivo do setor de tecnologia que liderou a TI de uma fabricante de motocicletas nos últimos quatro anos, também mencionou o setor de logística como um exemplo de comprovação de ROI.

Durante a entrega de seus produtos, a companhia utilizava paletes tradicionais e descartáveis para o transporte das motos. Um projeto de sustentabilidade desenvolveu novos paletes retráteis e reutilizáveis, que podem ser desmontados quando não estão em uso e foram digitalizados com uma solução de RFID.

Os aproximadamente 70 mil paletes passaram a ser monitorados para que a empresa pudesse identificar otimizações de rota. Além disso, os paletes dobráveis ocupam menos espaço nos caminhões quando desmontados, o que permite o transporte de outras cargas – inclusive de terceiros. “Isso foi a primeira medida que já trouxe ganhos no uso de materiais e economia para a empresa”, afirmou.

Impactos na produtividade

Também durante o debate, ambos os CIOs compartilharam que os efeitos das mudanças climáticas já são sentidos pelas organizações, o que reforça a importância das ações de sustentabilidade como estratégia de mitigação desses impactos.

Rostock destacou que os períodos de seca observados nos últimos anos na região amazônica afetaram a logística da organização em que trabalhou, que possui produção sediada em Manaus. “A logística era feita por rios. Durante a seca, as barcas não puderam mais navegar. Isso impactou a logística e a economia dos pescadores”, disse.

Uma situação semelhante afeta a PepsiCo. A companhia, uma das principais compradoras de batatas do Brasil, começou a enfrentar problemas de produtividade nas plantações com as quais trabalhava. A solução foi, novamente, utilizar tecnologia para apoiar a operação, por meio do uso de “batatas eletrônicas”.

“A gente ‘planta’ essas batatas e elas continuam mandando dados sobre a qualidade e umidade do solo, avisando como cada pedaço está respondendo aos insumos”, contou. As informações combinadas com dados coletados por drones de monitoramento ajudam a mitigar problemas na produção.

“Hoje, tudo está nas mãos da tecnologia e dos CIOs. Todas as transformações que vamos fazer em uma empresa vêm da tecnologia. Portanto, socialmente falando, estamos em uma posição muito privilegiada e com uma grande responsabilidade”, anotou Gabriela Vicari, CEO do distrito de sustentabilidade Itaqui, que mediou a discussão.

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