Tahifé Dol está a produzir um documentário sobre cultura cabo-verdiana em França e tu podes ajudar

Tahifé Dol, redatora francesa apaixonada pela arte, está a desenvolver uma investigação para documentar a importância e contribuição artística, além da música, da comunidade cabo-verdiana em França.

Durante o Salão do Livro Africano, realizado em Paris nos dias 15, 16 e 17 de março, Tahifé Dol deu-se conta da falta de representação cabo-verdiana na mostra. Em paralelo, também na capital francesa, aconteceu o salão do livro lusófono, que revelou exatamente a mesma reflexão. “Estes dois salões, embora honrem a África Lusófona, ilustram a minha observação: a literatura Cabo-Verdiana ou está entre os ausentes, ou está afogada num conjunto. E porquê? Menos de 2% dos livros em língua portuguesa são traduzidos. Provenientes de Cabo Verde, o percentual mal chega a 0,5%. No entanto, desde os tempos de Claridade [revista literária e cultural fundada em 1936, na cidade do Mindelo, que está no centro de um movimento de emancipação cultural, social e política da sociedade cabo-verdiana] até hoje, o património literário e poético de Cabo Verde é rico“, explicou Tahifé à BANTUMEN.

No texto enviado à nossa redação, Thaifé Dol ressalta que, desde meados da década de 2010, a presença cultural cabo-verdiana tem sido praticamente invisível na cena artística e cultural francesa, excluindo-se a música que, ainda assim, enfrenta desafios para se destacar.

Partindo do princípio de que “sem cultura, a sociedade molda o indivíduo conforme quiser“, Tahifé Dol iniciou uma investigação para traçar a história da cultura cabo-verdiana em França, abrangendo diversas disciplinas, desde os seus primórdios até aos dias de hoje. Para Tahifé Dol, “cada diáspora deve participar neste projeto para enriquecer a humanidade na sua diversidade cultural e humana”.

O desenrolar do documentário que Tahifé quer produzir consiste em quatro partes, com quatro personagens principais cada, cada um refletindo o impacto cultural de Cabo Verde através da diáspora francesa e a sua importância na atualidade. A abordagem vai passar pelo posicionamento cultural atual da diáspora, as dinâmicas interculturais em movimento ou estagnadas, as consequências da invisibilidade artística da diáspora cabo-verdiana e a metáfora da “12ª ilha”, que representa o renascimento da comunidade cabo-verdiana em França.

Dentro da trama do documentário, há uma reflexão profunda sobre a necessidade de não se conformar com um mundo uniformizado e celebrar a diversidade humana. Dol destaca a importância de construir pontes que promovam valores como pluralidade, abertura, descoberta do outro e tolerância.

Os objetivos do documentário incluem renovar a reflexão sobre o lugar da diáspora cabo-verdiana na cena artística francesa e africana, revitalizar as sinergias criativas e artísticas da diáspora e incentivar as entidades culturais cabo-verdianas a tornar visíveis as artes visuais e literárias do país.

Sobre o sucesso do documentário, Dol enfatiza que dependerá dos depoimentos, do compromisso e da colaboração da diáspora cabo-verdiana, convidando aqueles com experiência em audiovisual ou em eventos culturais que destacaram Cabo Verde (além da música) a contribuir. Os interessados podem entrar em contato com Tahifé Dol através do email [email protected].

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