Secretaria Nacional da Juventude e Conjuve participam de fórum em Angola — Secretaria-Geral

O Ministério da Juventude e Desportos de Angola realizou, em 27 de novembro, o Fórum de Reflexão e Partilha sobre Experiências Públicas da Habitação para Juventude da CPLP, na Academia Diplomática Venâncio de Moura, em Luanda, capital angolana. Com o tema “Confiança na Juventude, Firmeza no Desporto”, o evento teve a finalidade de debater a inserção da questão de habitação como uma prioridade no plano estratégico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A reunião aconteceu previamente à  XIV Conferência dos Ministros da Juventude e Desporto da CPLP, realizada no dia 30 e presidida pela ministra da Juventude e Desporto de São Tomé e Príncipe, Eurídice Semedo Medeiros. Na ocasião, São Tomé e Príncipe transferiu para Angola a presidência rotativa da cúpula, para o biênio 2023-2025. 

No dia 28 aconteceu a reunião entre os Conselheiros Nacionais de Juventude e representantes dos governos dos órgãos de juventude e desporto, para debater o plano de ação de 2023-2026, o qual aprofundou os eixos de atuação a partir do tema “Juventude e Sustentabilidade”, e que submeteu na XIV Conferência dos Ministros da Juventude e Desporto da CPLP, os eixos de atuação para o segmento juvenil do fórum. 

O fórum tem condição de Observador Consultivo da CPLP, e é uma plataforma que reúne todos os representantes dos Conselhos Nacionais de Juventude dos Estados-Membros da comunidade. Representando a Secretaria-Geral  da Presidência da República no evento, o diretor de Políticas Transversais de Juventude, Nilson Florentino, lembrou a relevância de uma representação brasileira no grupo: “Retomar a participação do Brasil na Conferência de Ministros da Juventude e Desporto, é fortalecer a cooperação e ampliar os laços da Secretaria Nacional de Juventude com importantes Estados-Membros no fortalecimento da troca de experiências junto aos países da língua portuguesa”, declarou.

O Brasil foi à Angola com uma delegação integrada, entre governo e sociedade civil, com representantes da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). “Isso reforça o compromisso do nosso país com a participação social e a sua promoção na comunidade dos países de língua portuguesa”, comentou o presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Marcus Barão, que também integrou a delegação brasileira.

Delegação brasileira com a ministra da Juventude e Desporto de São Tomé e Príncipe, Eurídice Semedo Medeiros, ao centro

“Na oportunidade, tivemos a satisfação de apresentar o Novo PAC e o Minha Casa, Minha Vida, dialogando com o Fórum de Experiências Públicas de Habitação, e sobretudo, de expor a reconstrução da Política Nacional de Juventude que tem ocorrido no Brasil”,  Nilson Florentino – diretor de de Políticas Transversais de Juventude da SNJ

Marcus Barão pontuou os avanços alcançados no encontro: “Entre outras resoluções, a reunião rendeu avanços no Plano de Ação para a Juventude 2023 – 2026, tendo como tema no próximo período Juventude e Sustentabilidade. Aqui pudemos avançar no Plano de Ação para a Juventude 2023 – 2026, que deverá interagir com as políticas nacionais de juventudes dos Estados membros, além de criar mecanismos para fortalecer a cooperação em matéria de juventudes na CPLP”, declarou.

Para Gabriel Medeiros, presidente do Fórum Nacional de Gestores da Juventude (Fonajuve), a construção de espaços de cooperação internacional na temática das políticas de juventude é fundamental, e mais ainda em se tratando de países da CPLP.

O Brasil desempenha nesse organismo internacional um papel de destaque, por sua relevância política e econômica, tendo a grande responsabilidade de dirigir e estabelecer pontes que promovam o desenvolvimento conjunto da comunidade.

“Por outro, o Fórum de Juventude e a Conferência de Ministros de Juventude e Desporto são, também, uma oportunidade de aprender com as experiências de organização juvenil e políticas públicas de juventude dos países membros da CPLP. Conhecer como esses países encontraram saídas para enfrentar os desafios das demandas juvenis em seus territórios nos abre novas perspectivas para a construção das PPJ’s no Brasil”.

A oportunidade de dialogar com os demais países, também pode abrir novos horizontes. “Especificamente para as gestões estaduais brasileiras, levar as experiências de Angola, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Guiné-Bissau e colocá-las em perspectiva, frente às nossas realidades, certamente nos provocará a pensar novas respostas para os nossos desafios”, declarou Medeiros.

A coordenadora do Grupo de Trabalhos de Povos e Comunidades Tradicionais do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Darlly Tupinambá, lembrou a necessidade da representatividade indígena nesses espaços. “Quando se é mulher e indígena ocupando espaços como esse, da participação, em um fórum de grande importância para sociedade e juventudes dos países de Língua Portuguesa, conseguimos ver o quanto que os povos indígenas do Brasil são invisibilizados pelos demais países da CPLP. Estar aqui é mostrar como o Brasil é diverso, de norte a sul. Somos um país de dimensão continental, e nossos jovens indígenas têm que ter voz ativa, e é ocupando espaços como este que avançamos, para uma CPLP mais aberta para todas as juventudes”, ressaltou.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

A ideia de formar uma comunidade entre países que compartilham a Língua Portuguesa ganhou força ao longo dos anos, motivando a criação de cúpulas e encontros para fortalecer o diálogo entre os sete países de língua portuguesa espalhados pela África, Europa e América.

Em 1996, os ministros dos Negócios Estrangeiros recomendaram a realização da Cimeira Constitutiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe. Timor-Leste se juntou ao grupo em 2002, e, após um longo processo de adesão, Guiné Equatorial se tornou o membro em 2014.

A CPLP mobiliza esforços e recursos por meio de parcerias internacionais, organizações não-governamentais e empresas, visando o apoio ao desenvolvimento social e econômico do bloco. Além disso, desempenha um papel crescente na concertação político-diplomática em organizações multilaterais, fortalecendo o potencial de negociação de seus membros.

No campo econômico, a CPLP busca uma cooperação consistente e promove parcerias empresariais. O Instituto Internacional da Língua Portuguesa e o Secretariado Executivo da CPLP desempenham papéis essenciais na valorização e difusão do idioma comum, com iniciativas de promoção da língua portuguesa no cenário internacional.


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