Ruanda e Peru apresentam proposta para reduzir produção global de plástico em 40% até 2040 | Energia e Ciência

Enquanto representantes de 174 países se reúnem em Ottawa, no Canadá, para discutir um tratado sobre poluição plástica, duas nações, Ruanda e Peru, apresentaram a primeira proposta concreta para limitar a produção do material e, assim, diminuir os seus efeitos nocivos à saúde e ao planeta.

A moção, segundo o The Guardian, estabelece uma meta de redução denominada “estrela do norte”, que visa restringir a produção de polímeros plásticos primários em todo o mundo em 40% até 2040, a partir de uma base de referência de 2025 – isso está em linha com o Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

Além disso, destaca a importância da comunicação obrigatória, por parte dos países, de dados estatísticos sobre produção, importação e exportação do material. “A meta deve alinhar-se com os nossos objetivos de uma economia circular segura para os plásticos, eliminando a lacuna de circularidade entre a produção e o consumo”, afirmaram os países.

A produção de plástico está ligadas às mudanças climáticas porque a maior parte dela é feita a partir de combustíveis fósseis, os maiores emissores de gases de efeito estufa. Um estudo realizado por cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, com sede nos Estados Unidos, estimou que, até 2050, a sua fabricação poderá representar entre 21% e 31% do orçamento mundial de emissões de carbono necessário para cumprir o Acordo de Paris.

E ainda tem a questão da poluição. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), todos os anos, entre 19 e 23 milhões de toneladas de resíduos plásticos vão parar nos lagos, rios e mares. E, como a indústria deverá duplicar a sua capacidade de produção até 2040, a escala desta poluição tende a aumentar nos próximos anos se nada for feito.