Rota de integração com a Guiana, Suriname e Venezuela vai pavimentar caminho para o Caribe, diz Lula — Ministério do Planejamento e Orçamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou nesta quarta-feira (28/2), em discurso durante a 46ª Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom), que a rota de integração regional da Ilha das Guianas é prioritária para o governo e que vai abrir um corredor comercial entre o Brasil, Guiana, Suriname e Venezuela. 

“Queremos literalmente pavimentar o nosso caminho para o Caribe. Abriremos corredores capazes de suprir as demandas de abastecimento e fortalecer a segurança alimentar da região”, disse o presidente. “O Brasil pode oferecer gêneros alimentícios a preços competitivos. Mas, sobretudo, pode ajudar a aumentar a produtividade agrícola local”, diz o presidente. Lula convidou os países presentes à conferência para se somarem à aliança global de combate à fome e à pobreza que será lançada pela presidência brasileira no G20.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, integra a comitiva do presidente ao país vizinho, juntamente com os ministros Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos do Brasil) e Renan Filho (Transportes). Em conversas com jornalistas presentes no evento, Tebet ressaltou a proximidade entre Boa Vista e Georgetown – uma distância semelhante à que separa Brasília de Belo Horizonte – e apontou que abertura dessa rota, com o asfaltamento de um trecho rodoviário de cerca de 220 quilômetros, impulsionará o comércio brasileiro, principalmente dos estados do Norte, e de seus vizinhos.

28.02.2024 - Reunião trilateral Brasil-Suriname-Guiana

“Essa rota beneficia todo mundo. Envolve Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. E pelo lado do Brasil, estamos falando pelo menos de quatro estados: Amapá, Roraima, Pará e Amazonas.” A ministra citou como exemplo a batata, que a Guiana compra do Canadá, e que poderia ser vendida pelo Brasil a preço mais baixo com a concretização dessa rota. “Imagina a quantidade de produtos que poderemos colocar na mesa do povo da Guiana, da mesma forma que poderemos importar produtos. Todos ganham”, aponta a ministra. 

O comércio com outros países também ganha uma rota mais curta, ressaltou Tebet. “A rota integra o Brasil ao Caribe pelo norte e diminui a distância das nossas exportações do norte do Brasil via canal do Panamá até a China e do mundo asiático”, disse ela.

A ministra destacou que este é o momento certo para impulsionar as cinco rotas de integração, cujas obras já estão incluídas no Novo PAC. “Essa é uma pauta do coração do presidente Lula. Eu sou de um estado de fronteira. Quando mapeamos essas cinco rotas, definimos claramente um calendário de entrega e de onde vão sair os recursos. Pelo lado do Brasil não vamos gastar um centavo mais, as obras já estão todas mapeadas no Novo PAC.” Já para os outros países, lembrou a ministra, há cerca de R$ 50 bilhões disponibilizados para financiamentos pelo BNDES (exclusivamente para estados e municípios brasileiros), BID, CAF e Fonplata.

Reuniões

Nesta quarta-feira (28/2) o Brasil realizou reunião bilateral com Barbados e Trilateral com a Guiana e Suriname. Na reunião trilateral a ministra Simone Tebet apresentou o projeto das Rotas de Integração, com destaque para a rota chamada de Rota das Ilhas das Guianas. A ministra destacou o potencial para o comércio entre os dois países e destacou o objetivo de ampliar a exportação de grãos e commodities brasileiros para a região. 28.02.2024 - Participação em sessão especial com Chefes de Governo da Comunidade do Caribe – CARICOM

O desenvolvimento da rota possibilitará a entrada, a preço mais acessível, das mercadorias brasileiras na Guiana. Com o desenvolvimento que a economia guianesa experimentou nos últimos anos, os preços das mercadorias no país vizinho sofreram uma forte elevação.

Com a proximidade entre os dois países, o desenvolvimento desta rota irá possibilitar que o Brasil contribua para garantir segurança alimentar para Guiana e o Suriname com preços mais baratos. 

“Com isso teremos menos prazo, menos tempo, diminuiremos o custo logístico, garantiremos maior competitividade entre os nossos produtos e vamos integrar nossos povos, os laços culturais, gerando emprego e renda para toda região”, concluiu a ministra.

Os ministros Silvio Costa Filho, Waldez Gomes e Renan Filho, apresentaram também detalhes dos planos e programas de suas áreas relacionados às Rotas da Integração, com foco nas obras espalhadas nos estados de Roraima, Amapá e Amazonas, que ampliam a integração com Guiana, Suriname e Guiana Francesa.


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