Retrato social de um país ainda demasiado pobre

Cabo Verde é um país deprimido, onde muitas famílias não têm comida em casa, e onde a pobreza, aliada à falta de oportunidades, está a exacerbar problemas antigos, trazendo comportamentos desviantes para idades cada vez mais jovens. É também um país em debandada, com uma emigração de contornos diferentes da de outras épocas, e onde, dos gabinetes, não se ouve as vozes das ruas. Estes são alguns traços do retrato pintado pelo psicólogo Jacob Vicente e o líder comunitário Gerson Pereira, na Praia, a quem se junta Salvador Mascarenhas, do movimento Sokols, em São Vicente. Mas há também algumas notas positivas…

Os dados da Organização Mundial de Saúde mostram-no: Cabo Verde é o país com mais casos de depressão per capita de África. Esta estatística é avançada pelo psicólogo Jacob Vicente, que destaca a questão da saúde mental dos cabo-verdianos como “uma das situações sociais mais preocupantes” do país.

Há, por exemplo, cada vez mais casos de transtornos de ansiedade, de depressão, automutilação nas crianças, observa. Questionado sobre a razão destes transtornos, vários problemas confluem.

Há a questão da pobreza. “Osjovens que estão a viver, cada vez mais, prematuramente sozinho. Temos esta onda de emigração violenta, em que os pais estão a sair e os filhos ficam. Temos a Violência baseada no género, que é uma situação gravíssima”. Temos ainda, continua, o consumo de álcool em idades cada vez menores, sendo esta substância porta de entrada “para o consumo de outras drogas, porque os adolescentes não sabem dizer não, querem experimentar tudo”.

E não há, no entender do psicólogo, nenhum “controlo sobre estes factores sociais, que contribuem para desvios de comportamento dos jovens.”

Assim, deve haver uma “co-responsabilidade inter-geracional” sobre estas questões, pelas quais o país está já a “pagar”, defende.

“Até Abril deste ano tivemos 35 suicídios, quando a média anual é de 50. A nível de homicídio, é a mesma coisa, está a aumentar…”, ilustra.

Fome

Mas no topo dos problemas sociais, e relacionado com a maior parte deles, um se destaca: a Pobreza.

A esta surge associada a palavra fome, muitas vezes evitada pela carga imensa da memória da mortandade de outras épocas. Porém, entre os entrevistados a palavra é usada.

“A pobreza gera fome e a fome é uma realidade”, resume Jacob Vicente. “Fome no sentido em que temos uma grande parte da população que não faz três refeições por dia”.

Ainda recentemente, num projecto em que participou, as “associações comunitárias estavam a pedir cestas básicas”, para poderem ajudar as famílias a alimentar-se.

A pobreza é pois o grande espectro do país. Um “país deprimido, em que as pessoas estão a viver com medo, em que a política social, a estratégia para driblarmos as preocupações sociais, apenas existem no Parlamento, no papel, e nos discursos. Não existe a prática efectiva de combate à pobreza.”

Isto não só afecta a população, como compromete toda uma nova geração.

“Grande parte das crianças e dos adolescentes que estão na rua é porque não têm mesmo nada para comer em casa,” denuncia Jacob Vicente. Um problema “cada vez mais explícito”, em todas “as ilhas, principalmente Praia, São Vicente, Sal e Boa Vista”, e que vai aumentar no período das férias.

Entrando em período de férias, não só se cria a situação de maior insegurança alimentar pelo encerramento das cantinas escolares como também se assiste ao incremento da “criminalidade infantil”. Aliás, este aumento desta criminalidade cometida por menores, já se tem vindo a fazer-se sentir, inclusive fora do período de férias.

A isto soma-se a “prostituição infantil”, que abarca idades cada vez mais novas. Isso, na “Praia está claro. Porquê? Porque as crianças não têm nada para fazer em casa, e não têm comida em casa”, reforça.

Uma solução, que Jacob tem vindo a defender há vários anos, é que sejam dados recursos financeiros às associações comunitárias para poderem fazer intervenções nos seus bairros. “As associações fazem um trabalho espectacular, desdobram-se, mas depois, na hora H, não têm recursos para continuar as suas iniciativas”, critica.

Emigração

Uma outra questão apontada como “bastante preocupante” é o aumento da emigração.

Mesmo sendo Cabo Verde um país de emigração, “como Portugal é, e praticamente todos os países são”, a saída a esta escala, não é normal. “É um escândalo”.

“Todos os sectores estão a queixar-se de falta de mão de obra qualificada”, observa Jacob Vicente, alertando para a saída inclusive de quadros superiores, algo que “nunca na história de Cabo Verde aconteceu.”

Assim, a emigração actual não deve ser comparada com a das décadas de 70, 80 e 90, pois naquela época, quadros superiores não emigravam como agora.

Um outra diferença em relação à emigração é que “antigamente, emigrava-se para ir procurar uma vida melhor e investir em Cabo Verde. Hoje não. Hoje os jovens estão a sair do país para ir fazer a sua vida num outro país”.

A razão por trás da debandada terá a ver, na sua opinião, com a falta de expectativas de emprego e estabilidade, com muitos quadros superiores sujeitos a infindáveis contratos. “Não há um compromisso e não há um comprometimento do posto de trabalho para quadros superiores neste momento em Cabo Verde”, expõe.

A somar a estas razões, o emprego no país depende, no seu entender, da afiliação política e não do mérito. O cenário nacional faz, pois, com que os profissionais procurem melhores oportunidades no estrangeiro, onde os salários são mais altos, tanto para quadros como para outros trabalhadores, e a vida social é menos vinculada à origem. A falta de reconhecimento e satisfação social também contribui para essa emigração em massa, diz.

Olhando todas estas situações acimas descritas e, em suma, temos, neste momento, um país com vários problemas graves, o que em grande parte se deve ao facto de serem problemas “transgeracionais que nunca foram cuidados com este olhar transgeracional”, critica Jacob Vicente.

“Portanto, faz-se o curativo, passa-se o mandato, vem um outro partido, um outro governo” e as políticas mudam, sem um programa contínuo e consistente ao longo das décadas para enfrentar essas questões de forma eficaz.

“Cabo Verde é um país com muitos problemas transgeracionais, mas com intervenções sistemáticas pontuais e é aí que reside o nosso problema”, conclui.

Coisas positivas

Mas há também algumas coisas positivas a ressaltar em Cabo Verde. A começar pelo forte vínculo que os cabo-verdianos têm com o país. “Os cabo-verdianos continuam a apostar o seu trabalho, o seu esforço, para e no país”, diz, salientando que esta característica é algo “que qualquer governo deve aproveitar”.

Um outro aspecto salientado é a aposta nas TICs. “Estamos abertos ao mundo, estamos no meio do Atlântico e a questão de, neste momento, investirmos mais nas novas tecnologias pode criar grandes oportunidades para os nossos jovens”, diz Jacob Vicente, salientando os avanços na área. “Estamos a dar grandes sinais dentro do continente”, diz, salientando porém, a necessidade de ser mais ousado e também de apostar no domínio do inglês e francês para a internacionalização.

Nos bairros

“Precisamos de políticas públicas que realmente cheguem a quem precisa”

Vários dos problemas apontados por Jacob Vicente são também elencados por Gerson Pereira, presidente da Associação Kelem em Desenvolvimento (AKD) e membro da Rede das Associações Comunitárias e Movimentos Sociais da Praia.

Tendo em conta a realidade do seu bairro, o activista salienta a questão do desemprego jovem como a principal preocupação social. Porém, derivado deste problema, surgem vários outros: “a questão da criminalidade e a questão, muitas vezes, de uma certa prostituição disfarçada de jovens mulheres que, às vezes, têm que se submeter a algumas situações lamentáveis para conseguir algum dinheiro”, observa.

Ao mesmo tempo, aponta, há também alguma falta de vontade de alguns jovens “de tentar mudar a realidade”, por motivos que Gerson Pereira não sabe explicar.

“Não sei se é por causa de algum desânimo ou falta de motivação”, diz, salvaguardando que a própria realidade social não favorece a mudança.

O acesso ao emprego é difícil e para jovens com baixa escolaridade ou sem “formação em alguma área, algum talento, algum dom”, pior ainda. Há também jovens que querem seguir a via do auto-emprego, do empreendedorismo, “mas ainda existem muitas barreiras nessa matéria”, observa.

Face ao difícil cenário nacional, muitos consideram então que já não há opções. A solução que se põe é a emigração e também na sua comunidade se nota o aumento do número de jovens que estão a abandonar o país”.

Vão principalmente para os Estados Unidos ou Portugal, muitas vezes sem terem “sequer condições ou recursos suficientes para se alojarem aí”.

“Mas arriscam, os jovens não querem saber. Acreditam que quando chegarem aí vão encontrar uma solução”, conta.

Pobreza

Na linha do que também foi referido por Jacob Vicente, também Gerson Pereira destaca a pobreza das famílias.

O custo de vida está elevado, todos o sentem e, na comunidade, “as pessoas dizem que agora precisam no mínimo mil escudos” paara fazer as refeições. Ora, muitas pessoas não têm essa possibilidade.

“Temos famílias aqui que, sabemos que não fazem três refeições ao dia, devido ao número de pessoas do agregado, à questão da pobreza”. Alguns recorrem à Associação.

São geralmente as mesmas famílias que já recorreram em situações difíceis (como a pandemia), o que mostra que o ciclo de pobreza, na verdade, não está a ser quebrado.

Violência entre crianças

Quanto à questão da insegurança, no que toca ao bairro da Achada Santo António (onde fica a zona de Kelem), Gerson Pereira observa que a situação tem “melhorado um pouco”. Para tal terá contribuído a conhecida operação policial que resultou na detenção de mais de 40 jovens, que foram recentemente a julgamento.

Essa acção musculada terá de alguma forma provocado um período de aparente acalmia. “Não digo que resolveu a situação, mas os jovens entraram como que em stand by”, analisa.

A medida, insiste, é mais paliativa do que propriamente uma solução sustentável. “Defendo que essa questão de castigar, de punir constantemente não vai mudar a realidade, precisamos de outras vias (…) porque já vimos que esse não é o caminho, não está a resolver o problema.”

Apesar de uma certa acalmia, incidentes como as duas recentes mortes a tiro no bairro, mostram-se preocupantes. “E temos um outro problema agora, que são crianças de idade de 15, 16 anos a brigarem, em grupos rivais. Estamos a assistir como que a um novo episódio de todos aqueles capítulos que vimos uns anos atrás”, conta.

Os envolvidos são cada vez mais novos. Questiona-se inclusive se o problema é a muito citada “falta de ocupação”, uma vez que são crianças que estão no sistema de ensino e que, depois das aulas, à noite ou mesmo à saída da escola, brigam entre si. “Fazem-nos pensar realmente o porquê de todo este fenómeno e porque é que está a repetir de forma cada vez mais precoce”, acrescenta.

Reinserção

Ao mesmo tempo, falta em Cabo Verde um programa de reinserção social para os jovens, o que exponencia a reincidência. “Na nossa comunidade temos constantemente jovens a retornarem para a cadeia”, reconhece.

Na sua opinião, “caberia à Associação ajudar no processo de integração”, mas não há recursos. “Não conhecemos nenhum programa a nível do governo que apoie as associações para ajudar os jovens na reintegração”, critica.

A AKD, garante, tenta fazer o possível, que é “apoiar com alguma formação, orientá-los para os estudos”.

Os próprios jovens queixam-se de não há um programa para a sua reintegração “e quando saem da cadeia assustam-se porque não têm nada, não têm onde pegar”. Quando é assim é complicado”. A própria sociedade também os rotula e o caminho geralmente é “enveredar novamente pelo crime”.

Tratamentos de saúde

Um outro fenómeno, é o aumento de pedidos de apoio, inclusive na ADK, de pessoas que querem ir tratar as suas doenças ao Senegal ou a Portugal.

Algumas fazem-no porque consideram que os processos de evacuação são demorados, outras porque sabem “claramente que não vão conseguir” aprovação da Junta Médica. Muitas também não têm seguro de saúde.

Ao mesmo tempo, apesar de, da sua parte, procurar “sempre acreditar no potencial dos médicos” cabo-verdianos, tem havido um conjunto de situações que tem levado “a que as pessoas tenham descrença no sistema de saúde”. Entre estas situações estão mortes que não são bem esclarecidas ou a falta de diagnósticos. Tudo isso faz com que as pessoas percam a confiança e tentem procurar a solução em outras partes, como Dakar.

Formação profissional

Na questão da educação, o que se denota nas comunidades é a forte dependência entre o sucesso escolar e a estrutura e apoio familiares dos jovens. Mas no geral, avança, a maioria dos adolescentes frequenta o sistema de ensino. “Se calhar 4 em cada 5”, arrisca.

A este nível, uma questão positiva que destaca é o incremento da formação profissional. Porém, alerta, há ainda barreiras.

Muitas vezes quem realmente ”precisa dessa formação, não tem a escolaridade suficiente ou então não sabe onde recorrer”. Seria importante, para colmatar essas situações um trabalho mais próximo do IEFP com as associações comunitárias, algo que poderá estar a mudar.

“Fui convocado pelo presidente do IEFP para uma reunião e ele já tem esse desejo de trabalhar com as comunidades”, revela. “Mas antes não era assim”.

O que é certo é que a grande maioria dos jovens que entram na delinquência têm pouca escolaridade. “Então, há uma relação entre esses dois factores. Precisamos entender qual é a causa por detrás desse abandono, ver também aqueles que abandonam e ajudar os jovens a encontrar um novo caminho.”

CSU

Quanto ao Cadastro Social único, voltamos ao psicólogo Jacob Vicente, que considera que este “é uma ferramenta espectacular para a implementação de políticas públicas, mas a ferramenta por si só não faz milagre”.

No seu entender, o CSU não só não está a ser usado da forma correcta, como há pouca socialização sobre ele. E de nada serve uma ferramenta de gestão de políticas públicas, se não há “políticas públicas para responder às mazelas do país”.

Gerson Pereira, por seu turno, destaca que há, amiúde, algumas iniciativas com “boas intenções”, “programas que pretendem fazer alguma coisa, mas falta direccionamento.”

“Muitas vezes essas políticas não têm chegado aonde é realmente preciso”, o que tem gerado uma “sensação de desigualdade e injustiça”, critica.

No seu entender, por exemplo, os níveis do CSU não têm estado a ser distribuídos correctamente e, portanto, o CSU não espelha a realidade das famílias.

Há, exemplifica, jovens que não conseguem apoio para formação porque as famílias não estão enquadradas no nível 1 ou 2, quando se sabe “claramente, que são famílias” que deveriam estar aí enquadradas.

“Então é preciso fazer o reajuste imediato nessa base de dados do CSU. Se quisermos realmente que as políticas públicas tenham impacto, elas têm que ser realistas e baseadas na realidade das famílias”, exorta.

São Vicente

“Era preciso uma brigada de Assistentes Sociais…”

Em São Vicente, a situação vivida é, no entender de Salvador Mascarenhas, complexa e preocupante, com vários problemas estruturais e de governação local que estão a afectar significativamente a qualidade de vida dos habitantes.

Assim, começa por salientar os problemas da Câmara Municipal, que está bloqueada, e não existe diálogo.

Essa falta de diálogo, na verdade, ultrapassa o poder local. No geral, “não há diálogo dos governantes com os eleitores e com os cidadãos que são os legítimos donos deste país. Ninguém explica nada para ninguém, sentimo-nos um bocado ao abandono”, conta, reforçando que “há um descaso perante as vontades das populações”.

Por exemplo, várias obras paradas por completo ou parcialmente, sem que seja do conhecimento da população a razão para tal.

Aliás, esse autismo dos governantes afigura-se como um dos maiores problemas da ilha, mas também de Cabo Verde.

A isto soma-se uma certa “sensação de corrupção.” Exemplo disso, considera, é o facto de não haver “leis contra a promiscuidade” a que se assiste quando “uma pessoa sai de uma empresa do Estado e entra numa privada” do mesmo ramo.

São Vicente é ainda, acrescenta, “uma ilha que está suspensa” devido à questão dos transportes. Embora este seja um problema que afecta todo o Cabo Verde, em São Vicente “acaba por ter um efeito superior porque estamos num canto. Antes não era canto, mas agora é. E ao bloquear São Vicente bloqueia-se toda a zona norte. Isso é grave”, aponta.

Soma-se, a todos estes problemas, uma crescente falta de autonomia da ilha e “um manifesto aumento do centralismo”.

Medo e Impunidade

Salvador Mascarenhas salienta ainda um outro fenómeno: “há muito medo”.

“As pessoas têm medo de falar”, algo que se nota nas mais pequenas reivindicações. Por exemplo, quando recorrem ao Sokols para denunciar falta de luz na sua rua, as pessoas pedem anonimato. “ Não é não é normal e não acredito que seja só paranoia das pessoas”. É reflexo de que algo não está bem, aponta.

Algo que atribui a “um certo abuso de poder que é a falha da nossa democracia.”

E há o medo dos cidadãos perante outros fenómenos. Um sentimento que crescido é, por exemplo, um sensação de impunidade, principalmente a nível da delinquência e pequena criminalidade. Tal é visível em casos como motoqueiros fazendo manobras perigosas no Mindelo sem consequências. A própria polícia “diz também que “não consegue fazer mais”, mesmo sabendo que são.

Entretanto, a sensação de impunidade soma-se à forte diminuição do poder de compra, que afecta principalmente os mais vulneráveis, levando então ao aumento da pequena criminalidade. E o impacto é, mais uma vez, maior naqueles que já estão em situação mais precária.

“As pessoas mais pobres roubam as mais pobres porque é mais fácil, ficam impunes. Se roubarem alguém com algum poder”, poderá haver consequências. “É um ciclo horrível que está a acontecer…”, lamenta.

Miséria

O responsável dos Sokols destaca também o aumento da miséria, aliás visível no crescimento de casas de lata. Os programas de habitação não têm resolvido o problema e, inclusive, muitas vezes são mal direccionados, o que deveria despoletar uma sua maior monitorização.

“Tem de haver uma discussão, um debate sobre solução de problemas de habitação, mas é tal falta de diálogo de que falava…”, diz.

Outros projectos, em que se tenta envolver a comunidade para melhorar a sua vida, seja na habitação, seja no auto-emprego, por exemplo, acabam igualmente por falhar por falta de acompanhamento.

Aliás, insiste, em termo sociais faz falta a São Vicente (e Cabo Verde), “um projecto de facto concreto e exequível de mitigação da pobreza”, sendo que para tal seria necessário “uma brigada de assistentes sociais para tratar com as famílias que estejam no cadastro”, advoga.

Assistentes sociais que se deslocassem às casas e analisassem a situação – “o que é que se passa? porque é que as pessoas não trabalham? porque há alcoolismo? porque é que o filho não vai à escola? Quais são as necessidades básicas que têm” –, de modo a colmatar as necessidades básicas, defende.

Boa nota

Mas nem tudo anda mal em São Vicente. O Carnaval, por exemplo, que é um evento de grande importância social e económica (e até de auto-estima) para a ilha, “melhorou imenso”. Outros eventos, como o Kavala Fresk Feastival também estão em expansão. E há, claro, o Festival da Baía das Gatas, que este ano celebra a 40ª edição, e cuja qualidade e amplitude é ascendente.

O centro do Mindelo também parece bem cuidado… Porém, recorda, há “carências inimagináveis nesta cidade”. Uma cidade de contrastes.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1181 de 17 de Julho de 2024.

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