Rafael Marques considera “uma vergonha” ter ruas angolanas com nomes de símbolos do fascismo. O editor do portal Maka Angola considera “inadmissível” o país ainda conservar toponímia fascista e requereu a mudança da designação.
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Rafael Marques, editor do portal Maka Angola, considera “uma vergonha” ter ruas angolanas com nomes de símbolos do fascismo. Em declarações à agência Lusa, o editor do portal Maka Angola, denunciou o que chama de “vergonha nacional”: a deslocação do presidente João Lourenço a Portugal para os 50 anos da Revolução dos Cravos, enquanto localidades angolanas, na província do Bié, continuam a ter ruas atribuídas a Salazar e Marcelo Caetano, dois ex-primeiros-ministros do período da ditadura portuguesa.
Por considerar “inadmissível” o país ainda conservar a toponímia fascista, Rafael Marques requereu a mudança da designação das ruas Salazar e Marcelo Caetano, na província do Bié.
É uma vergonha nacional. O Presidente da República, João Lourenço, irá a Portugal como convidado de honra para a celebração dos 50 anos da queda do fascismo em Portugal, quando em Angola, o seu Governo, permite a manutenção dos principais símbolos do fascismo e do colonialismo português, que são Salazar e Marcelo Caetano.
Temos ruas em vários pontos do país com os nomes de Salazar e de Marcelo Caetano. Isso é inadmissível. Sobretudo no Cuíto, uma cidade que foi bastante fustigada pela guerra.
Nós temos tantas figuras que merecem ser honradas, desde nacionalistas, artistas, homens de cultura, mulheres de cultura.. E essas pessoas não são celebradas, mantemos os símbolos coloniais e do fascismo.
Então, o que é que o Presidente vai fazer às celebrações do 25 de Abril? Vai dizer o quê em nome dos angolanos? Esta é a pergunta que nos devemos colocar.
No requerimento, o activista critica a toponímia associada aos “maiores símbolos da repressão colonial e do fascismo português”, sublinhando que foi “Salazar quem mandou a tropa portuguesa aplacar os desejos de independência de Angola, quem mandou bombardear, queimar e matar” e que foi Marcelo Caetano que “manteve a guerra”, até ser derrubado pelos militares portugueses em 25 de Abril de 1974.
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