Pulsa: Paula Furtado traduz o estilo da carioca em sua nova multimarcas

Paula Furtado, fundadora da Pulsa – Foto: Jorge Bispo

Por Catrina Carta Kowarick

Há mais de 20 anos trabalhando no mercado de moda, Paula Furtado traduz o verdadeiro mix “eshperto” da carioca em sua novíssima multimarcas, a Pulsa, no coração de Ipanema. Em bate-papo com a Harper’s Bazaar Brasil, a empresária fala sobre o desafio de criar a identidade de uma multimarcas carioca, como funciona a curadoria das peças e quais novidades suas clientes podem esperar. Leia a íntegra:

Harper’s Bazaar Brasil – Como definir uma multimarcas carioca, do ponto de vista de uma carioca?

Paula Furtado – É um desafio! Imagina abrigar milhões de marcas e transformar numa personalidade? O mix da Pulsa propõe transmitir essa energia da mulher do Rio. Refletir todas as misturas e possibilidades do nosso lifestyle. Afinal, nós podemos circular do baile funk ao gala num mesmo dia. Essa é a graça e o que gera o encantamento pela cidade. Meu objetivo é que as pessoas, quando entrem aqui, tenham aquela sensação de liberdade que a gente costuma sentir quando entra em férias, sabe? Um espaço para acolher tudo o que você quer viver, sentir e exprimir num look, mas sem cair no clichê dos trópicos. Mostrar que é possível ter o tempero carioca mesmo com um vestidinho preto, por exemplo.

HBB – As cariocas são o seu maior público?

PF – Sim. Mas também tenho me surpreendido com gringas que têm vindo e comprado inclusive marcas importadas (risos).

HBB – E o que você acha que faz elas comprarem?!

PF – Acho que é essa coisa da atmosfera da loja… A nossa equipe é jovem, descontraída… Isso acaba atraindo todas as idades também. Tem jovens que vêm aqui, olham as peças e saem com um livro ou uma vela. Essa mistura de idades e estilos é o meu melhor termômetro, quero oferecer esse mix que vai da feira ao baile, da periguete à princesa.

HBB – E como você define sua curadoria para agradar todos esses estilos?

PF – Um lema que vai sempre me guiar é “tem que me emocionar”, meu coração tem que pulsar quando vejo uma peça ou marca. Acho que esse feeling nunca vai me trair, por isso não me importo com exclusividade, acho um conceito ultrapassado, pois é o olhar que você tem pelo mix de produtos e pela forma como os expõe que traz autenticidade e frescor.

HBB – De onde vem esse seu olhar?

PF – Entrei na moda pelo varejo e, como vendedora, ficava muito fascinada por esse universo. Na época, adorava atender os produtores de moda, por exemplo, ajudá-los na produção, entrar na história que eles queriam contar em cada editorial. Na Triton, com o Tufi Duek, entendi a proporção desse mundo que me fascina ainda hoje. Mais tarde, entrei na área de produto e estamparia e fiquei anos na La Estampa, onde tive contato com o mercado e equipes de estilo e criação das melhores marcas nacionais, como André Lima, Herchcovitch e outros que admiro até hoje. Saí de lá para estruturar o departamento de estamparia da FARM e, quando ela estava redonda, migrei para a área de estilo, onde trabalhei como coordenadora por sete anos.

HBB – E a ideia de ter uma multimarcas, quando surgiu?

PF – Saí da FARM em 2019, quando comecei a questionar qual seria o meu próximo passo profissional. Fui morar em Nova York, que foi um enriquecimento interno muito importante para voltar confiante de que queria transformar o meu dedo verde para escolher peças e misturar estilos em um negócio. Nesse sentido, a pandemia tirou o meu pé do acelerador e eu consegui projetar esse sonho com muita calma, carinho e atenção em todo o processo, passo a passo. Muita gente me diz que faltava uma loja como a Pulsa no Rio de Janeiro.

A multimarcas Pulsa reúne 16 marcas de moda, além de curadoria de objetos de décor e livros – Foto: Jorge Bispo

HBB – Atualmente, são quantas marcas no mix da Pulsa?

PF – No total, são 16 marcas de moda, além de uma curadoria de objetos para décor com assinaturas do Estudio Orth, Elisa Stecca, Verena Smit… e livros que foram selecionados com a curadoria da Bianca Nabuco.

HBB – E das marcas de moda?

PF – Eu sou apaixonada por todas, óbvio! Me emocionei quando consegui trazer a Mara Hoffman, que tem uma alma muito latina, sempre achei a cara da carioca. A Misci, que é relativamente jovem, me encantou mais ainda depois que conheci o Airon. A Betina de Luca, que, para mim, é um case de estamparia carioca para um público mais sofisticado. Gosto de ver também como têm saído bem produtos mais ousados, aqueles que, quando as mulheres veem na arara, acham que não vão gostar, e acabam saindo com a peça, caso de Von Trapp e Aluf, que valorizam muito o corpo da mulher.

HBB – Para a entrada do inverno, podemos esperar alguma novidade?

PF – Vamos ter peças da Toia Lemann, que é uma artista plástica com um olhar maravilhoso. Ela trabalha com aplicação de estampas abstratas em seda.

HBB – E o bar?

PF – Meu sonho era ter um bar na loja. Queria tanto que transformei uma das cabines de prova em um. Deve ser o menor bar do Brasil (risos). Mas não queria servir só café com biscoito amanteigado, sabe? Queria um universo mais mágico. A pessoa vai abrir a cortina aveludada achando que vai entrar em mais uma cabine de prova e, de repente, se depara com um bar. Quero que a Pulsa seja um destino inspirador, para comprar, sim, mas também para jogar conversa fora, celebrar!


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