Produção de cacau garante o rendimento de milhares de famílias rurais em São Tomé e Príncipe

Os agricultores do arquipélago conhecido como “as ilhas do Cacau e do Chocolate” apostam cada vez mais na produção do Cacau biológico e na transformação do produto a nível local.

O jornalista Josimar Afonso da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe, em serviço especial para a RDP África apresenta-nos o retrato desta sociedade.

Cacau: Um cultivo difícil e sensível a mudanças climáticas

Sabia que o cacaueiro (Theobroma cacao) é uma árvore nativa de ecossistemas tropicais, proveniente da amazónia e só cresce em climas húmidos? É por esta razão este tipo de cultura pode ser encontrada a dez graus acima ou abaixo da linha do Equador.


A produção é pouco sofisiticada e cerca de 90 por cento vem de pequenas fazendas familiares com necessidade de mão de obra intensiva. Os frutos não amadurecem todos ao mesmo tempo, e é preciso monitorar as árvores constantemente.



Segundo a ONG Make Chocolate Fair (Torne o Chocolate Justo, em tradução livre), o cacaueiro dá frutos o ano todo, e é necessária a produção inteira de uma árvore para produzir meio quilo de cacau.



Esta planta que dá origem ao tão delicioso chocolate está em risco. Devido à extrema sensibilidade a pequenas alterações no clima, as atuais mudanças climáticas impactam a indústria como um todo.



Um recente relatório da Universidade da Califórnia prevê que “mudanças climáticas reduzirão significativamente as terras adequadas para o cultivo do cacau nas próximas décadas”.



E a acrescentar a esta questão o cacaueiro é ainda sujeito a muitas pragas, sendo basicamente uma planta selvagem.



No seu habitat natural, a bacia amazônica, as árvores “aprenderam” a lidar com patógenos desta área, mas a introdução da árvore na África por colonizadores europeus no século XIX mudou isso.

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