Pró-russos condenam cinco militares ucranianos a longas penas de prisão

Dois dos militares, Vladimir Pafitsevitch e Yevgeny Vakhnenko, foram condenados a 22 anos de prisão cada pelo “tribunal supremo” da República Popular de Donetsk, que Moscovo anexou em setembro de 2022.

Ambos foram considerados culpados de “tratamento cruel da população civil”, utilização de “métodos proibidos em conflitos armados” e “assassínio premeditado em grupo”, disse o Comité de Investigação russo em comunicado, citado pela agência francesa AFP.

Os investigadores russos acusaram-nos de executar um homem de 44 anos em março de 2022, alegando que tinha visto a localização de posições ucranianas em Mariupol.

A cidade costeira situada no sul da região de Donetsk foi posteriormente conquistada pelo exército russo após um cerco devastador que durou vários meses.

O Comité de Investigação russo anunciou também que outro militar ucraniano, Egor Kuranov, foi condenado a 12 anos de prisão por tratamento cruel de civis e utilização de métodos proibidos em conflitos armados.

Kuranov foi julgado por ataques com morteiros que remontam a 2018 e 2020, que causaram danos materiais e a morte de um civil na região de Donetsk, cujos separatistas pró-russos iniciaram uma guerra contra Kyiv em 2014.

Foi também considerado culpado da execução de um civil em Mariupol em abril de 2022, quando servia no regimento Azov, composto principalmente por nacionalistas ucranianos e que se distinguiu na defesa da cidade.

O comité russo já tinha anunciado na quarta-feira à noite a condenação em Donetsk de outros dois militares do regimento Azov, Pavel Artiomenko e Anton Romaniuk, a 24 anos de prisão cada.

Foram acusados de utilizar morteiros para bombardear edifícios residenciais e infraestruturas civis em Mariupol, em fevereiro e março de 2022.

Desde que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia declarou como anexadas ao seu território as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson.

Moscovo já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas.

Kyiv exige a retirada das tropas russas de todo o território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, e a reposição das suas fronteiras de 1991, quando se tornou independente face ao colapso da União Soviética.

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