Em comunicado divulgado hoje, a Presidência da República de Moçambique refere que a visita de trabalho de Filipe Nyusi decorre até 27 de abril, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, durante a qual “irá manter conversações com o seu homólogo português sobre questões específicas de cooperação bilateral, dinamização do comércio e investimento, assim como manter um encontro com o primeiro-ministro, Luís Montenegro”.
O chefe de Estado moçambicano “irá também participar nas comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril”, bem como “no relançamento” do sinal da estatal Televisão de Moçambique (TVM) em Portugal, e no lançamento do livro do general Atanásio Mtumuke “O Fim da Luta de Libertação Nacional em Moçambique: Operação Omar”.
O Presidente moçambicano assiste hoje à assinatura de um protocolo entre associações de empresários de Portugal e Moçambique, no âmbito do fórum empresarial que decorre à tarde no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
A Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) realizam, de manhã, um encontro com empresários dos dois países, antes do fórum empresarial que decorre durante a tarde no CCB.
O encontro desta manhã visa fomentar “o estabelecimento de parcerias entre empresas dos dois países que reforce a relação económica e comercial entre Portugal e Moçambique”, lê-se no comunicado divulgado pela AIP, que dá conta da sessão bilateral, com a presença do vice-presidente da AIP, Jorge Pais, e do presidente da CTA, Agostinho Vuma.
A sessão segue-se a um conjunto de visitas a empresas na região do Porto e na região de Sines, que os empresários moçambicanos fizeram na segunda e terça-feira, respetivamente, e antecede o Fórum de Negócios Moçambique-Portugal, que se realiza à tarde no Centro Cultural de Belém.
Neste encontro vespertino, no CCB, será assinado um protocolo na presença de Filipe Nyusi, que “prevê que as duas associações se comprometam a incentivar investimentos nos países que representam, ao estabelecimento de parcerias entre empresários dos dois países e à identificação de oportunidades de negócio, de forma a aumentar o relacionamento económico e comercial entre Moçambique e Portugal”.
O saldo da balança comercial portuguesa com Moçambique piorou 2,4% no ano passado, mas manteve-se positivo em 448,2 milhões de euros, continuando o saldo favorável registado nos últimos anos.
De acordo com os dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) baseados no Banco de Portugal, enviados à Lusa, as trocas comerciais com Moçambique têm tido sempre um saldo favorável a Portugal nos últimos cinco anos, com 2022 a ser o ano em que a balança mais se inclinou para Portugal.
O saldo positivo nesse ano foi de 459,4 milhões de euros, aumentando face aos 356,1 milhões registados em 2021.
Moçambique é o 33.º cliente das exportações de Portugal, representando 0,28% das vendas, e é o 78.º fornecedor, vendendo 0,03% dos bens que Portugal compra no estrangeiro, o que faz com que a influência na evolução da balança comercial de Portugal seja muito pouco significativa.
O investimento moçambicano em Portugal ficou sempre abaixo dos 100 milhões desde 2019, alcançando o máximo em 2022, com 94 milhões de euros investidos pelas empresas moçambicanas em Portugal, representando cerca de 0,1% do total dos investimentos estrangeiros.
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