Por que os investidores estão se afastando de Jair Bolsonaro?

Com o primeiro turno da eleição para Presidência da República previsto para o dia 2 de outubro, o mercado financeiro e os investidores já estão se movimentando para os cenários dos dois pré-candidatos mais posicionados no ranking de pesquisas de popularidade: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o Monitor Mercantil, a economia no governo Bolsonaro foi a pior em quatro décadas. “Entre mais de 170 países, apenas Mianmar e Guiné Equatorial terão desempenho mais fraco do que o Brasil. A projeção é que o PIB brasileiro cresça 0,5% neste ano na comparação com o ano passado. O resultado é 1,7 ponto percentual menor do que o projetado pela ONU para o Brasil no relatório anterior”, diz o artigo.

Já o economista Antônio Delfim Netto concedeu uma entrevista para a Isto É Dinheiro e definiu a economia sob Bolsonaro como “lastimável e medíocre”. “A inflação piorou dramaticamente. Ele pegou o País com uma inflação na casa de 4% e vai entregar com uma inflação na casa de 10%. A dívida pública federal já passa de R$ 5,5 trilhões e continua crescendo. Esse é um fardo imenso para o País carregar e será um grande obstáculo para o próximo governo. (…) O governo não tem um projeto bem armado. Bolsonaro não sabe onde ele está e para onde quer ir. As políticas têm sido aleatórias.”

Nesse contexto, diversos especialistas apontam que, para a economia, o pior cenário seria a permanência do candidato do Partido Liberal (PL). De acordo com o economista Maílson da Nobrega, ao ser questionado pelo canal E-Investidor sobre qual presidente seria mais prejudicial para o mercado financeiro, ele responde de modo categórico.

“A permanência do Bolsonaro, porque o mercado já aprendeu que o presidente é um causador de instabilidade”, disse Nóbrega. “Os mais antigos do mercado conhecem o Lula e sabem que ele é um político pragmático. No entanto, como ele está com um discurso ruim, prometendo eliminar o teto de gastos, por exemplo, isso também assusta os investidores com a ideia de um novo mandato“, continua

“Ainda assim, acredito que o Lula daria muitos sinais para mercado, porque tem experiência de governo e sabe que não pode iniciar uma gestão com a crise de confiança no mercado financeiro. Ele aprendeu isso em 2002, quando apoiou a proposta do Fernando Henrique de fazer um acordo com o FMI. Eu não tenho bola de cristal, mas aposto que o mercado vai preferir Lula a Bolsonaro se houver só essas duas opções”, finaliza Nóbrega.

Já o InvestNews pediu a opinião de economistas, analistas e agentes do mercado sobre o que pode acontecer com o mercado financeiro em caso de vitória do Lula ou Bolsonaro, exibindo um gráfico com as opiniões perante ambos.

Reprodução/Investnews

Dentro deste cenário, o ex-presidente Lula se reuniu com o fundador e Presidente Executivo do Conselho Administrativo da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, em São Paulo. O petista está se mexendo para angariar apoio à candidatura à presidência e tenta diminuir resistências a seu nome entre o empresariado e o setor financeiro.

Segundo o colunista de política Guilherme Amado ao canal Metrópolis, o encontro entre os dois, aliado a pesquisa Ipespe encomendada pela XP Investimentos que aponta a vitória de Lula no primeiro e no segundo turno, desagradou o setor bolsonarista.

“Nesta semana, dias antes da divulgação da última rodada da pesquisa, nessa sexta-feira (6/5), um importante empresário do setor de tecidos fez questão de divulgar que tinha cancelado sua conta na corretora. Telefonou para seu corretor e disse que perdera a confiança na XP, ‘como havia perdido na Folha e Globo’, em referência a veículos de imprensa que fazem cobertura jornalística da qual ele discorda”, disse o colunista.

“Na XP, a orientação é manter a confiança na qualidade técnica da pesquisa conduzida pelo Ipespe, de Antônio Lavareda, cientista político respeitado. E a empresa diz ver com naturalidade a saída de clientes, em meio a 3,5 milhões de pessoas ligadas à marca”, finaliza Amado.

O principal intuito da Coluna Bixa Rica é levar informações sobre temas importantes e que fazem diferença nas nossas vidas, não podemos mais fechar os olhos para a realidade do país. Hoje, falar e entender sobre política não é mais uma opção, tem sido a nossa maior falha e principal necessidade. Quanto mais informações tivermos, melhor. Essa batalha só será vencida através do conhecimento.

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