O rio do Mel subiu dez metros e o Uruguai, 12 metros. Nosso balneário foi construído para acomodar enchentes, e quem mora no entorno acaba sendo atingido quando a ‘água desce’, como falamos aqui. É uma espécie de termômetro para saber quando a região vai inundar. Essa enchente ainda é menor, em 2014 foi muito pior. Agora estamos com a situação estabilizada, mas voltou a chover, o tempo está fechado e imprevisível. Roselei Gheno, secretária de Assistência Social e Coordenadora da Defesa Civil do Município de Iraí
O volume de água pegou os moradores de Iraí desprevenidos. Segundo a Defesa Civil são 12,7 metros acima do nível esperado. “A parte baixa, que é o centro, alaga com frequência. É a região mais pobre, mas dessa vez foi muito acima do que estamos acostumados”, conta o morador Vinícius Chequim, que perdeu a casa na enchente e pretende se mudar.
Em outubro, após a terceira enchente, decidi morar com a minha tia por um curto período. No final do ano, vi o rio subir e descer tantas vezes, e agora a minha casa está completamente embaixo d’água. Não quero mais voltar para lá, alugarei outra
Vinícius Chequim, morador de Iraí (RS)
Segundo a prefeitura, 23 famílias estão desabrigadas desde quinta-feira (2). No total, 40 famílias deixaram suas casas desde as enchentes de 2023. A Defesa Civil da cidade preparou um alojamento em um ginásio municipal para quem não tem para onde ir. A maior parte das casas do centro de Iraí são moradias irregulares de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
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