Ossadas de camponeses mortos há 40 anos são encontradas no Peru

“Nesse contexto, os camponeses se concentraram ao lado do recinto militar; no entanto, durante esse período, os militares juntaram os membros da comunidade e os executaram, acusando-os de serem colaboradores do grupo terrorista mencionado”, garantiu o MP.

As valas comuns estão situadas em encostas na parte alta das comarcas de Yanaorcco, Llamanniyocc, Misumachay e Hichocruz. Putis era o centro de oito comunidades rurais onde viviam cerca 2.000 pessoas até antes da chacina.

O massacre foi cometido em 13 de dezembro de 1984 e deixou pelo menos 123 vítimas, das quais 92 foram sepultadas em 2009, depois que suas ossadas foram encontradas em valas comuns um ano antes.

Nenhum militar foi condenado pelo caso, mas, em abril, a promotora Gisella Astocóndor pediu 25 anos de prisão para um ex-capitão do Exército.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) deu destaque para a descoberta, que acontece no momento em que o Peru está prestes a promulgar uma lei para prescrever crimes de lesa-humanidade cometidos antes de 2002, ano em que o país aderiu ao Estatuto de Roma e ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

“A Comissão incentiva o Estado a continuar com as ações interinstitucionais para a busca e identificação das vítimas do massacre de Putis, e a restituição digna de seus restos aos familiares; bem como para o julgamento dos responsáveis”, indicou a CIDH na rede social X.


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