A ONG venezuelana Acesso à Justiça divulgou nesta sexta, 19, os números mais atualizados da repressão política na ditadura de Nicolás Maduro a dez dias das eleições gerais, marcadas para 28 de julho.
Eis alguns dados:
- 125 detenções arbitrárias por razões políticas, sendo 102 de pessoas ligadas de alguma forma à líder da oposição, María Corina Machado
- 6 pessoas da direção do partido de María Corina refugiaram-se na Embaixada da Argentina, em Caracas
- 46 venezuelanos foram presos por prestar serviços ou vender produtos para a oposição durante os comícios da oposição pelo país ou em eventos públicos
- 22 estabelecimentos foram fechados ou inspecionados
- 2 lanchas foram confiscadas no estado de Apure por funcionários da Guarda Nacional Bolivariana. Seus donos deram carona para María Corina e sua equipe no rio Orinoco depois que a estrada foi bloqueada por partidários de Maduro
- 1 casa foi assaltada por oito pessoas quando María Corina estava hospedada para participar de comícios no estado de Táchira, perto da fronteira com a Colômbia
- 19 bloqueios em estradas para impedir a equipe de María Corina e Edmundo González Urrutia de chegar aos eventos de campanha
- 1 veículo vandalizado por servir ao time da oposição
- 1 posto de gasolina foi cercado para impedir que os frentistas abastecessem o carro de María Corina
Em um discurso de campanha nesta quinta, 18, o ditador Nicolás Maduro afirmou que o país enfrentará um “banho de sangue” e uma “guerra civil fratricida” caso ele não seja reeleito.
O assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, disse em entrevista para a GloboNews que esse tipo de declaração não seria desejável. “Eu não acredito que deve haver banho de sangue. Acho que as pessoas estão conversando. Não é desejável esse tipo de declaração. Mas eu não acredito que ela se materialize. Mas ele não colocou como um banho de sangue imediato“, disse Amorim. “Mas, eu tenho a impressão — sendo, digamos, também um pouco compreensivo — que ele estava se referindo ao longo prazo, luta de classes, coisas que ele de qualquer maneira não deveria falar.”
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