Opositora de Maduro dá ultimato por eleições justas na Venezuela

A principal opositora do ditador Nicolás Maduro, María Corina Machado, pediu neste domingo, 17, “serenidade” no registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas.

O pedido de María Corina é uma tentativa de reverter a inelegibilidade dada a ela pela Justiça da Venezuela, que é controlada pelo governo socialista no fim de 2023. O discurso foi postado em suas redes sociais.

“O regime quer competir contra candidatos falsamente opositores”, denunciou María Corina. “Escolhidos pela cúpula de Miraflores (residência oficial do presidente da Venezuela).”

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Mesmo inelegível para cargos públicos pelos próximos 15 anos, María Corina Machado continua em campanha eleitoral. “A cada venezuelano, tenham a tranquilidade e a confiança de que tomarei as decisões corretas para avançar”, disse ela, em vídeo postado nas redes sociais. “Serenidade e firmeza para avançar, nunca retroceder.”

Nicolás Maduro está no poder desde 2013 e busca seu terceiro mandato. No último fim de semana, ditador foi anunciado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela para as eleições que devem acontecer no fim de julho de 2024.

As eleições presidenciais da Venezuela serão realizadas no segundo semestre de 2024 | Foto: Divulgação/Twitter/@NicolasMaduro

María Corina Machado acusa Maduro de violar o acordo de Barbados, assinado pelo governo e a oposição. Mediada pela Noruega, as negociações garantiriam — em tese — direitos políticos e a realização das eleições presidenciais justas na Venezuela.

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“Para Maduro e o regime, têm duas opções: ou facilitam uma transição negociada por meio de eleições presidenciais livres, no contexto do Acordo de Barbados, ou decidem tomar o poder pelo mau caminho”, afirmou a opositora. “Esta é a pior opção para todos e não evitaria a transição, já que nem o país, nem o mundo, irão aceitar.”

O ditador venezuelano, entretanto, afirmou que o Acordo de Barbados está “mortalmente ferido” devido às supostas conspirações da oposição para assassiná-lo.

María Corina afirmou que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela também está anulando partidos e movimentos que a apoiam.

María Corina Machado foi barrada pelo governo chavista em 2023

Em 2023, María Corina Machado foi desqualificada em corrida no pleito interno — disputa para decidir quem enfrentaria Maduro nas eleições presidenciais de 2024. Ela tinha 40% das intenções de voto.

Maria Corina Machado é do partido Vente Venezuela (VV) | Foto: Divulgação/Twitter/ConVzlaComando

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Pesquisas recentes ainda indicam que María Corina Machado tem 55% das intenções de voto. Maduro tem 15%.

Os critérios usados para desqualificar as primárias da oposição não foram justificados. O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, afirmou diversas vezes que María engana seus seguidores. Ela está inelegível pelos próximos 15 anos.

Maduro “aceitou” candidatura para mais um mandato na Venezuela

O ditador do país sul-americano anunciou no último sábado, 16, que “aceitou” a candidatura para seu terceiro mandato como presidente da Venezuela.

Sem a presença da oposição, Maduro representa o regime socialista nas eleições que devem acontecer no dia 28 de julho.

“Tenho andado pelas ruas num lindo reencontro com o povo, viajando de ponta a ponta do nosso país”, disse Maduro. “Aonde quer que você vá, o que você encontra é um patriótico, cheio de heroísmo, mas, acima de tudo, cheio de esperança.”

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Gabriel de Souza é estagiário da Revista Oeste em São Paulo. Sob supervisão de Anderson Scardoelli

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