Oposição venezuelana ratifica candidatura de Edmundo González Urrutia para desafiar Maduro

A oposição da Venezuela ratificou nesta sexta-feira, 19, a candidatura do diplomata Edmundo González Urrutia como representante da líder da oposição María Corina Machado nas eleições de 28 de julho. Já Nicolás Maduro vai disputar o terceiro mandato.

A oposição majoritária inscreveu no último minuto Urrutia como candidato à presidência, após denunciar que um bloqueio ao sistema de candidaturas impediu a inscrição da acadêmica Corina Yoris, primeira opção de María Corina Machado para representá-la. A líder da oposição foi impedida de concorrer pelo regime de Maduro.

“Celebramos esta decisão e agradecemos aos venezuelanos pela confiança”, disse o partido Vente Venezuela, de Machado, no X, que “participou do debate” para definir o nome do candidato unitário.

Edmundo González Urrutia foi escolhido como candidato da oposição unificada contra Nicolás Maduro na Venezuela
 Foto: Jeffrey Arguedas/EFE

González Urrutia, de 74 anos, estava inscrito como “candidato provisório” da Plataforma Unitária Democrática (PUD), mas a coalizão decidiu aprovar por unanimidade a sua candidatura definitiva, segundo informou o secretário-geral da aliança, Omar Barboza.

“É uma decisão histórica para o povo da Venezuela”, disse Barboza. “Escolhemos o próximo presidente da república.”

Líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, participa de um comício em San Antonio, Venezuela
 Foto: Ariana Cubillos/AP

O processo de fato foi feito em uma prorrogação concedida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de servir ao chavismo. O embaixador era o presidente do partido Mesa da Unidade Democrática (MUD), substituído posteriormente pela PUD, e sua candidatura era provisória, enquanto se definia um candidato de união.

“Edmundo González Urrutia foi inscrito originalmente como candidato provisório e hoje se torna candidato definitivo. Ele já está inscrito e sua inscrição não foi contestada por ninguém”, ressaltou Barboza.

O governador do estado petroleiro de Zulia, Manuel Rosales, rival de Hugo Chávez em 2006, desistiu da sua candidatura pelo partido Um Novo Tempo (UNT), que faz parte da coalizão.

“Foi uma decisão unânime. Queremos fazer um reconhecimento ao governador Manuel Rosales, é um homem que cumpre com sua palavra, que decidiu abandonar sua candidatura para se unir à candidatura de Edmundo González Urrutia. Os partidos que o apoiam fizeram o mesmo”, comemorou Barboza.

O prazo para a substituição de candidatos na cédula eleitoral termina neste sábado.

Com a popularidade do governo Maduro abaixo dos 20%, segundo pesquisas, e a líder opositora María Corina Machado tendo ganhado as primárias com 93% dos votos, a aliança anti-Maduro estava pisando em ovos para construir uma candidatura competitiva e que tentasse, de alguma maneira, escapar das garras da ditadura chavista.

Desde o impedimento não explicado da candidatura de Corina Yoris, a candidata homônima escolhida por María Corina Machado, a oposição venezuelana estava se desdobrando para encontrar um nome que despertasse a mesma motivação eleitoral que a líder da oposição.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de reunião no Palácio de Miraflores, em Caracas, Venezuela
 Foto: Ariana Cubillos/AP

Corina Machado foi inabilitada de concorrer a cargos públicos durante 15 anos, apesar das promessas do chavismo de conduzir eleições limpas em troca do levantamento de sanções pelos Estados Unidos.

Washington apoiou um acordo entre o governo de Maduro e a oposição venezuelana que foi costurado em outubro de 2023 para que eleições livres e justas ocorressem em 2024. O compromisso entre as duas partes ficou conhecido como acordo de Barbados por ter sido assinado no país caribenho. A mediação foi feita pela Noruega e teria a participação de observadores internacionais. O acordo menciona permitir que todos os candidatos concorram “desde que cumpram os requisitos estabelecidos para participar da eleição presidencial, de acordo com os procedimentos estabelecidos na lei venezuelana”.

Contudo, com a inabilitação de Corina Machado confirmada no começo deste ano, Washington optou por reimpor as sanções contra o regime de Caracas na última quarta, 17./com AFP

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