“Há uma patrulha ideológica que vamos ter de vencer para ampliar os serviços de atendimento para as mulheres vítimas de violência sexual. Esse é o maior desafio para poder avançar na política pública”, disse, apontando para a rápida reação de movimentos conservadores para fazer pressão sobre famílias. “Hoje, não estamos conseguindo.”
Outro aspecto enfatizado pela ministra é a “cultura do ódio que coloca a mulher como um objeto”. Segundo ela, o volume de crianças grávidas é resultado de um contexto nacional de violência contra a mulher. Essa será uma das mensagens que ela levará ao Comitê da ONU.
“Temos hoje um país dividido, onde o ódio transparece para as mulheres de forma muito forte, por meio do aumento da violência sexual, do feminicídio, de todas as violações que sofremos”, disse. “Não é apenas um problema de governo, mas da sociedade que nos coloca num lugar complicado para avançar na pauta das mulheres.”
O desafio não é só avançar na lei e na vontade politico, mas também mudar o comportamento da sociedade. Precisamos estruturar o país para pensar na igualdade de gênero. Se não, não daremos conta.
Cida Gonçalves, ministra das Mulheres
Para ela, não basta apenas tratar de aspectos como o feminicídio ou violência sexual de forma isolada. “Eles têm uma raiz e ela é o ódio contra a mulher. A brincadeira e o preconceito é o ódio que coloca a mulher no devido lugar. Esse é o debate que vamos ter de fazer”, disse.
Em seu discurso, Cida Gonçalves afirmou que recebeu sua pasta praticamente esvaziada. “Em janeiro de 2023, após seis anos de retrocesso na execução das políticas públicas para as mulheres, desde a interrupção misógina do mandato da presidenta eleita Dilma Rousseff, em 2016, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou pela primeira vez na história do país um Ministério das Mulheres”, disse.
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