Novo livro de Bastos Vianna lançado hoje

Encontramos António Jorge Menezes na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, onde é tratado com a familiaridade de quem frequenta aquele espaço cultural amiúde. “A Descendente de Nzinga e o Português da Legião Estrangeira” foi o primeiro livro da trilogia de António Jorge de Bastos Vianna Torres de Menezes, Bastos Vianna na ficção, a ver a luz do dia.
Nascido em Lisboa, descendente de famílias de Cantanhede e Figueira da Foz, viveu em Moçambique até 1976. Seguiram-se Cantanhede, Coimbra, Praia de Mira e, finalmente, Figueira da Foz.
António começou a ler aos quatro anos e a escrever aos sete, já em Moçambique, para onde o pai, português, se mudou com os filhos após a morte da mulher, natural do Congo Belga. África entrou-lhe na alma desde essa altura, e não saiu mais. Talvez por isso, a par com os livros técnicos que escreveu no âmbito da sua carreira no setor dos seguros, e que assina como António Jorge Menezes, e da poesia de viagem que ainda lhe ocupa os dias, a ficção tenha surgido na pele do maior símbolo da resistência africana à colonização, a Rainha do Ndongo, actual Angola, Nzinga M`Bandi (1582-1663), que entrou para a História como combatente destemida, estratega militar e diplomata astuciosa.

Ação e romance
O autor, que hoje vive em Carvalhais de Lavos, apaixonou-se pela história de Nzinga M`Bandi e decidiu-se, por isso, criar-lhe uma descendente igualmente notável, Ana N`jinga M`bandi Sousa, com missões secretas ao serviço da presidência angolana e um romance complexo com Rafael Matos, um português que serviu a Legião Estrangeira no Zaire, hoje República Democrática do Congo. O início do enredo dá-se no Ilhéu das Rolas, S.Tomé e Príncipe, mas passa por Luanda (em “A Descendente de Nzinga em Angola”) e Portugal, onde, com objetivos comuns ou de alguma forma paralelos, os protagonistas se cruzam em momentos de aventura e romance, que neste terceiro livro se estendem a Budapeste. Assim se vai contando, de forma ficcionada, a história da civilização de África, homenageando heróis reais, épicos ou imaginariamente mitológicos, ao mesmo tempo que se deita um olhar atento sobre os nossos tempos.
No livro que vai ser lançado hoje às 16h30, na Figueira da Foz, e a 2 de dezembro em Cantanhede, o autor coloca Ana de Sousa e Zacarias após um período de afastamento imposto pela pandemia de Covid-19. «Os livros são independentes, não é preciso ter lido os dois primeiros para compreender este último, mas há uma continuidade», explica ao Diário de Coimbra.

Observador atento
Desde muito jovem que o autor se dedicou a observar as pessoas. «Os livros não são autobiográficos, mas estão lá muitas vivências minhas, e muitas personagens baseiam-se em pessoas com quem me fui cruzando», admite. Na poesia, que iniciou ainda na adolescência, dando corpo, com essa prosa poética, ao livro “MARmúrios” e “Do Fundo da Gaveta”, inspira-se hoje sobretudo pelas viagens que fez e faz, apaixonado que é pelo mundo, praias, mergulho e desporto em geral. Para os seus livros, socorre-se ainda de pesquisas realizadas na Torre do Tombo, entre outras fontes que lhe permitem ir cruzando factos e ficção.

Outros voos
a desenharem-se
No momento em que lança este terceiro livro das aventuras de Ana e Rafael, António Jorge de Menezes tem já mais dois títulos em preparação. «Normalmente sonho com a ideia inicial do livro, e depois desenvolvo», explica. «Posso demorar três meses ou mais de um ano», acrescenta.
Exemplo de uma escrita mais demorada será “O Voo do Pilrito”, a que o autor se tem dedicado nos últimos tempos e que ainda não tem data de lançamento anunciada. A temática é nova e delicada: a saúde mental e os desafios de um cuidador que “se vê e deseja” para apoiar a sua companheira, vítima de burnout. «Não há apoios, não falo em dinheiro, mas em apoios técnicos, ajuda de profissionais», explica. Já “Latitudes”, prosa poética com a costa africana por inspiração, deverá chegar às mãos dos leitores em 2024. |


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