multidão marcha por desaparecidos da ditadura no Uruguai

Registros oficiais contabilizam 197 pessoas desaparecidas por ações atribuídas ao Estado uruguaio entre 1968 e 1985, período que inclui a ditadura civil-militar, a grande maioria delas detida na Argentina no contexto do Plano Condor de colaboração entre os regimes vizinhos.

“As Forças Armadas, que sequestraram, torturaram, assassinaram e sumiram com nossos familiares, sabem muito bem o que fizeram com eles e elas”, disse Alba González, porta-voz da associação de Mães e Familiares de Uruguaios Detidos Desaparecidos, ao convocar a mobilização.

“Contudo, sustentados por algum ódio incompreensível, insistem em manter a verdade sequestrada”, acrescentou a mãe de Rafael Lezama González, desaparecido em Buenos Aires em outubro de 1976, exigindo “vontade política” para finalmente saber o paradeiro de seus entes queridos.

A Marcha do Silêncio é convocada a cada 20 de maio porque, nesse dia em 1976, foram assassinados em Buenos Aires os legisladores uruguaios Zelmar Michelini e Héctor Gutiérrez Ruiz e os membros da guerrilha tupamara Rosario Barredo e William Whitelaw.

Em um comunicado, a Instituição Nacional de Direitos Humanos e Defensoria do Povo (INDDHH), que apoiou e aderiu à concentração, disse que esperam “novidades em breve” sobre a identidade dos restos de uma mulher encontrados em 6 de junho de 2023 no Batalhão de Infantaria 14 e atribuídos a uma detida desaparecida.

O ex-presidente uruguaio José Mujica (2010-2015), que integrou a luta armada contra governos democráticos nos anos 1960 e 1970 e passou 12 anos preso, a maior parte durante a ditadura, esteve presente, mas não caminhou devido ao tratamento de radioterapia contra o câncer de esôfago do qual padece.


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