Mulher de Guiné-Bissau nega tráfico internacional de criança africana e garante ser a mãe biológica

A mulher investigada pela Polícia Federal (PF) por tráfico internacional de criança africana e do uso de documentos falsos nega que o fato seja verdade. A suspeita é de Guiné-Bissau, na África Ocidental, mas mora em Santa Maria, onde cursa pós-graduação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ela tem documentos que comprovariam ser a mãe biológica da criança, uma menina de 11 meses.

​+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp

Em 23 de junho, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na investigação que apura se a menina veio para o Brasil com finalidade de adoção ilegal. A investigação teve início em junho, em razão de suspeitas quanto à origem biológica da criança. Segundo a acusação feita às autoridades brasileiras, a vítima teria ingressado no país com documentos falsos, em fevereiro deste ano. Para comprovar a paternidade, a PF coletou material genético para futura realização de exame de DNA.

A estudante da UFSM afirma que, desde que a investigação começou, sua vida sofreu grande abalo, inclusive dentro da pós-graduação em que estuda. Ela garante que a acusação de adoção ilegal não é verdadeira. A denúncia teria sido feita pelo pai da criança, que é brasileiro e também estudou na UFSM. Ambos tiveram um relacionamento, e dele nasceu a menina. Após isso, o casal se separou.

A mulher diz que, por motivo de doença, precisou viajar de volta para Guiné-Bissau, em 2022, quando teve o bebê. Em fevereiro deste ano, retornou com a criança para o Brasil, para seguir os estudos na UFSM. Ela garante que ingressou legalmente com a filha no país, e não teve problemas nas fronteiras dos países que passou com a criança durante a viagem.

– Se fosse a verdade essa denúncia falsa, eu estava presa há muito tempo nas fronteiras que passamos – defende-se.

Pagamento de pensão

Ela acredita que a acusação de adoção ilegal tenha ocorrido porque a Justiça brasileira emitiu decisão, em março deste ano, determinando que o suposto pai da criança pague pensão de 30% do salário mínimo à mãe do bebê. Diante desse fato, a mulher acredita que ex-companheiro a tenha acusado de trazer a filha ilegalmente para Santa Maria para evitar o pagamento.

– O pai brasileiro recebeu a ordem do juiz para pagar pensão e, por não aceitar pagamento, denunciou a mãe estrangeira que era tráfico Internacional – afirma a mulher guineense.

Entre os documentos que a mulher possui, está um termo de autorização de reconhecimento de filho, assinado em julho de 2022 e reconhecido em um cartório de Santa Maria, em que o homem assumia a paternidade. O documento tinha como destinatário o Registro Civil de Guiné-Bissau.

  

A criança foi retirada do convívio com a mãe e, durante a investigação da PF, seguirá sob os cuidados do Conselho Tutelar.

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Comentários estão fechados.