Médicos se recusam a desligar respirador de mulher no Peru

A juíza encarregada do cumprimento da sentença deu 15 dias para que o EsSalud apresente um médico que concorde em desligar os aparelhos. O prazo começou a ser contado no último dia 22. Enquanto isso, a defesa já solicitou que um médico particular cumpra a decisão. A reportagem procurou o EsSalud, mas não teve resposta até a publicação deste texto.

A advogada de Maria disse que os profissionais têm medo de ficar marcados. “Existem mais de mil médicos na rede do hospital que atende Maria e que podiam ser consultados pelo EsSalud,mas é preciso que recebam a informação correta”, afirmou Josefina.

O Peru, país conservador e de maioria católica, vive um debate intenso sobre o direto à morte digna depois que a psicóloga Ana Estrada se submeteu a uma eutanásia no dia 21. Foi o primeiro caso autorizado pela Justiça, apesar de a legislação local proibir a prática. Ana Estrada era portadora de poliomiosite, uma doença degenerativa e incurável.

A situação de Maria, no entanto, é diferente do caso de Ana. A eutanásia consiste em uma conduta ativa, em que se administra uma substância letal a um paciente. O que Maria pede é exercer o direito, que está previsto no Código de Saúde peruano, de se recusar a receber tratamento de saúde — no caso, o ventilador mecânico.

Tenham mais empatia, mais humanidade. Não sejam indiferentes à dor e ao sofrimento do próximo.
Pedido enviado por Maria Teresa Benito, por meio da advogada

Se dizem a um médico que é uma eutanásia, que vai se meter em um problema e que será estigmatizado, é claro que vai se recusar. Agora, se dizem que terá o apoio da instituição, que terá garantias e que pode ter a identidade preservada, tudo muda.
Josefina Miró Quesada, advogada que representou Ana Estrada e agora defende Maria Benito


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