Uma embarcação de alta velocidade, com ligações prováveis ao narcotráfico, que foi encontrada arrojada em março de 2022 na praia das Bicas, em Sesimbra, foi recuperada pela Marinha e projetada por navio mercante, este sábado, para São Tomé e Príncipe, reforçando o dispositivo da Marinha Portuguesa nesse país.
Segundo a Marinha Portuguesa, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, a embarcação “encontrava-se muito danificada, estando o casco estruturalmente integro”. “Dos quatro motores fora de borda que a equipavam, dois teriam sido perdidos e os outros dois encontravam-se inoperacionais e irrecuperáveis”, explicou.
Nesse sentido, o casco foi dado como perdido a favor do Estado e entregue, por despacho do Ministério Público, ao projeto de capacitar a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe.
A embarcação foi recuperada pela Célula de Inovação e Experimentação Operacional de Sistemas Não Tripulados (CEOV), em parceria com o Centro de Manutenção da Autoridade Marítima Nacional (CM AMN).
“A sua recuperação visou, entre outras ações, a reparação estrutural do casco; o reforço da sua flutuabilidade, com recurso a espuma especial de célula fechada; a instalação de novos motores fora de borda; a total reconfiguração de cablagem eletrónica; do sistema de baterias e a instalação de bancos, que permitam acomodar em segurança todos os tripulantes. Foi, também, instalado um sistema de comunicações por satélite, uma cobertura em lona impermeável, que permite proteger a guarnição e equipamentos da exposição solar, bem como para proteção balística e a possibilidade de ser montada uma metralhadora MG3 à proa”, descreveu a Marinha.
Apelidada de ‘Príncipe’, a embarcação possui um comprimento de 12, 8 metros, 2,7 metros de boca (largura máxima) e terá uma guarnição de 10 elementos, constituída por fuzileiros portugueses e militares da Guarda Costeira de São Tomé, onde atualmente se encontra ainda o NRP Centauro.
“Com esta EAV, para além do reforço de mais um meio para a missão de fiscalização marítima e busca e salvamento, a Marinha Portuguesa passa a dispor de uma embarcação com as capacidades offshore para intervenções rápidas de apoio ao Destacamento de Ações Especiais dos Fuzileiros, que, por exemplo, podem saltar de paraquedas em pleno mar, exponenciando este tipo de operações contra todo o tipo de crime marítimo na região”, termina a nota.
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