Marcelo defende abertura aos jovens para evitar que CPLP se transforme numa “relíquia do passado” – Política
Marcelo defende abertura aos jovens para evitar que CPLP se transforme numa “relíquia do passado”
Presidente da República defende que a comunidade deve “não só trabalhar para a sua sustentabilidade, como dar-lhes mais e mais rápida voz ativa”.
O Presidente da República português defendeu este domingo a abertura das cimeiras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aos jovens, por forma a evitar que a organização se torne numa “relíquia do passado” ou uma “montra de personalidades”.
Intervindo na 14.ª Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorre hoje em São Tomé e Príncipe, Marcelo Rebelo de Sousa saudou a “maioria crescente de jovens” nesta organização.
O Presidente da República defendeu que a CPLP deve “não só trabalhar para a sua sustentabilidade, como dar-lhes mais e mais rápida voz ativa, participação nas cimeiras, em cimeiras suas entre as nossas, na atrasada formalização do seu fórum, mas sobretudo na transformação da sua vida e do seu papel comunitário, feito de qualificação, emprego, condições sociais, intercâmbio, mais acelerada mudança geracional”.
“Os jovens têm de sentir que comunidade é sua, não e só daqueles que a lançaram ou que a governam hoje. É deles também e cada vez mais e faz a diferença nas suas vidas”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado português referiu que em 2026, quando se celebrar o 30.º aniversário da CPLP, “terão de ser novas gerações, senão liderantes na comunidade, pelo menos determinantes em parte essencial da sua liderança”.
“Falo das mulheres e dos homens nascidos na viragem para este século, imediatamente antes ou imediatamente depois. Quero vê-los aqui, nestas cimeiras, senão na primeira fila, na segunda, na terceira ou na quarta, ou na assistência, nos convidados”, desafiou.
O Presidente português considerou que “só assim a CPLP não correrá nunca o risco de se converter numa relíquia do passado ou numa montra de personalidades de uma arena política e mediática, cada vez mais distante dos nossos povos e dos nossos jovens”.
“Não deixaremos que assim seja, não falharemos o nosso encontro com o futuro”, garantiu. Na sua intervenção, o Presidente da República deixou cinco ideias, referindo que caberia ao primeiro-ministro o “essencial do testemunho nacional e europeu”, que discursou logo depois. Marcelo Rebelo de Sousa começou por felicitar a presidência angolana da CPLP, nos últimos dois anos.
“Notável nos relevantes passos dados na economia e na diplomacia, durante uma pandemia que nos roubou dois anos de vida, uma invasão ilegítima e guerra subsequente que solicitam um esforço de conquista da paz, e crises económicas e sociais que atrasaram crescimentos, implicaram injustiças e atingem mais depressa e de forma mais profunda os mais pobres e dependentes”, realçou.
Quanto à presidência são-tomense, que se inicia com esta cimeira, o chefe de Estado afirmou que é “corajosa no seu avanço, dedicada no seu empenho, merecedora de toda a gratidão e solidariedade”. Marcelo Rebelo de Sousa disse ter “a certeza” de que a comunidade dos países de língua portuguesa “está mais viva, mais disponível não só para a língua universal, a cultura, a educação, a ciência, a tecnologia, mas também a economia, a diplomacia, a construção da paz, a não desistência na luta diária cá dentro e lá fora pelos direitos humanos, a supressão da pena de morte, a democracia, o Estado de direito, a igualdade, o combate às opressões e às explorações”.
O chefe de Estado português saudou também “a força” da CPLP na “vitalidade de quatro presidentes eleitos ou reeleitos nestes dois anos” e destacou o “regresso, em grande, do Brasil ao ímpeto fundador, a presidência guineense de uma comunidade regional, o labor do secretário-executivo, o aumento e peso dos observadores, a riqueza da declaração e das resoluções elaboradas”.
O Presidente português destacou ainda “o compromisso desta cimeira “com a sustentabilidade, no acesso à educação, à saúde, à solidariedade social, na ação climática e seu financiamento, na biodiversidade, num verdadeiro pacto CPLP para os oceanos, na transição energética e digital, na mobilidade das pessoas, na construção de mais posições conjuntas nas Nações Unidas, organizações regionais, nas cimeiras destes próximos meses e anos”.
A CPLP – organização que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste – realiza hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema “Juventude e Sustentabilidade”.
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