O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao Ministério Público que abra uma investigação sobre as alegações de um grupo paramilitar colombiano de contactos com a oposição para entrar na Venezuela após as eleições de 28 de julho.
Em causa está um comunicado do grupo Autodefesas Conquistadoras de la Sierra, que afirma que as suas unidades no departamento de La Guajira foram contactadas por grupos de extrema-direita na Venezuela para desestabilizar o Governo.
“É muito grave [a informação] que os chefes dos serviços secretos, os chefes da polícia, os chefes militares me estão a enviar da Colômbia”, disse Maduro na sexta-feira.
Por isso, pediu ao procurador-geral da República, Tarek William Saab, para assumir a investigação, informa o portal de notícias venezuelano Últimas Noticias, citado pela Europa Press.
“Estamos numa batalha pelo direito à paz”, declarou Maduro, afirmando que “ninguém vai fazer uma bagunça na Venezuela”.
Segundo a organização colombiana, entre os pedidos, contava-se “atacar a infraestrutura elétrica, atuar contra o Presidente candidato Nicolás Maduro, atuar no caso de ele ser reeleito, infiltrando-se em protestos e gerando o caos nas ruas”.
“A nossa organização não se envolve nos assuntos internos de outros países e o objetivo da nossa organização é manter a ordem na Serra Nevada. Vamos contactar as autoridades diplomáticas venezuelanas para fornecer detalhes sobre as informações divulgadas”, explicaram.
Em 28 de julho, os venezuelanos vão às urnas para eleger o próximo Presidente. Nas eleições participam dez candidatos, entre os quais Nicolás Maduro, que procura ser reeleito para um mandato de seis anos.
Em 20 de junho, oito dos dez candidatos, incluindo Maduro, assinaram um acordo que, segundo a imprensa local, os obriga a reconhecer os resultados que venham a ser anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O acordo não foi assinado pelo principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, substituto de Maria Corina Machado, do partido Vente Venezuela, nem por Enrique Márquez, que entre 2021 e 2023 foi vice-presidente do CNE.
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